Você não fica muito feliz depois de assistir um filme maravilhoso na tv que você começou a ver sem querer, já pela metade, sem nem saber qual era o nome?
Há uns 4 anos, ao ligar a tv para dormir (é, não gosto de escutar o silêncio para pegar no sono), tive a sorte de parar para olhar a tela quando ouvi a voz suave e angustiante de Ann narrando sua história.
As horas de sono que perdi naquela madrugada valeram a pena.
Ao ser convidada para escrever sobre algum filme, este (My Life Without Me/ Mi Vida Sin Mí, Canadá/ Espanha, 2003) foi o primeiro que lembrei. E olha que a única vez que o assiti foi aquela, sem querer e sem pretensão vi um dos melhores filmes na minha opinião. Desde então, o indico para quem quer ver algo diferente, sensível e realmente marcante.
Este filme, que já tem um título instigante, trata da vida da Ann (Sarah Polley) ou do fim de sua vida, pois aos 23 anos, ela descobre que tem uma doença incurável e vai morrer em pouco tempo. Ao contrário do que possa parecer, o filme não é triste e nos faz pensar na vida, não na morte (mas é óbvio que eu chorei muito).
Ann é jovem, porém já é mãe de duas garotinhas, Penny (Jessica Amlee) e Patsy (Kenya Jo Kennedy), ela é casada com Don (Scott Speedman), o primeiro homem com quem ela dormiu. Eles moram num trailer, que fica no quintal da casa de sua mãe (Deborah Harry). Seu pai está preso. Ann trabalha à noite fazendo limpeza em uma universidade, na qual nunca terá condições de estudar. A vida tão desinteressante de Ann não daria um bom filme, né? Ela é uma garota comum. No entanto, não é comum para uma garota de 23 anos receber a notícia de que vai morrer.
Depois de saber do pouco tempo de vida que lhe resta, ela não conta a ninguém e faz uma lista de tudo que deve fazer antes da morte, como falar tudo o que pensar, dormir com outro homem (só para ver como é), fazer alguém se apaixonar por ela (este alguém é interpretado por Mark Ruffalo). É justamente a postura e as atitudes dela que tornam o filme tão cativante. Uma das coisas que mais me emocionou foi ela gravar uma fita com mensagens de aniversário para as filhas até elas completarem 18 anos.
O filme é daqueles que dizem ser parado, silencioso até, mas com uma trilha sonora que faz a alma doer, diálogos que não nos deixam parar de prestar atenção, que ecoam na mente e nos fazem ficar pensando e pensando até quando os créditos já estão subindo na telinha e a música está rolando (música, aliás, muito boa de ouvir: " Sometime Later", Alpha). O filme acaba. A sensacão que ele deixa não.Lembro que depois de assisti-lo peguei um caderno e escrevi muuuuuito... Escrevi sobre mim e sobre as coisas que tinha que fazer antes de morrer também. Fiquei com aquela sensação de saudade de tudo que eu ainda não vi, que nem diz a música. Piegas, eu sei, mas é verdade. Assista e você me entenderá, dá vontade de sair por aí correndo na chuva, de dar um beijo sem motivo na mãe, de viver e ser feliz.
Por Vanessa Dalberto
Observação da Bruna:
Lembram que falei que teríamos convidados?
Pois é, estou supresa com a agilidade dos nossos amigos, que estão empolgados e compartilhando suas idéias e filmes conosco.
Desde já agradeço a todos pelo interesse!
Esse post foi escrito pela jovem ilustradora e designer Vanessa Dalberto.
O que vocês acharam? Se quiserem entrar com contato com ela é só enviar e-mail para xablenga@hotmail.com ou deixar um comentário por aqui.
7 comentários:
O filme é bonito mesmo e agrada principalmente as meninas né? da hora encontrar a Vanessa por aqui tbm, rs
Sometime Later é ó típico fundo musical para uma noite chuvosa em um quarto escuro ... adorei =)
Van!!
Willkomenn queridona!
Prazer tê-la conosco!!
Eu choro rios quando vejo esse filme, amei o texto!
beijos
Linkei vcs no meu blog!
Beijo
quando eu vi esse filme, há uns 4 anos atrás, lembro de ter achado ele belíssimo! mas acabo de cair na real que esqueci como terminaaaaaa!
ótima desculpa pra assitir de novo. he he
Bem, o filme é bom, bonito, agradável ...porém terei q criticar a história que a Enfermeira conta, sobre o parto dos Gemeos Siameses, onde o menino morreu primeiro, e a menina morreu 6 horas depois, SENDO QUE É IMPOSSÍVEL EXISTIR SIAMESES DE SEXOS DIFERENTES...
Leonardo Cardozo Vieira
Prof de Embriologia (Biologia UFPEL)
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