7 de abril de 2012

Shame

Eu acho uma delícia quando vejo um filme desconhecido, gosto de algum ator e um tempo depois ele está super no auge. Là nos idos de 2008 vi pela primeira vez o filme Hunger (depois a gente fala dele) e Michael Fassbender chamava atenção. Mais pra frente ele apareceria no excepcional Bastardos Inglórios e, mais tarde ainda, cairia nas graças da galera como Magneto no X-Men Primeira Classe.

Merecido, o cara é bom. Mas o assunto aqui é o último filme que vi dele, o Shame ( Shame, 2011). O mote a história de Brandon (Fassbender) um cara boa praça e bonitão viciado em sexo. Mas não um tipo "mulherengo" , pegador. Aqui ´vício é patológico, rege toda a vida do coitado e não parece nada divertido.

Uma vez o Papa do trash, o cineasta John Waters disse que "É considerado OK em Hollywood ter cenas de sexo nos filmes, contanto que as pessoas envolvidas não pareçam estar se divertindo. Se elas estão, é pornografia. Se não estão, é arte" . Vou dizer pra você a impressão que eu tive é que o diretor queria fazer um filme pornô mas não tinha coragem, daí resolveu jogar um dilema ali e tornar a vida do protagonista uma miséria pra poder chamar de arte.

Justiça seja feita, Fassbender está impecável. Completamente vunerável ao personagem, se expôs (e como o fez!) bastante mas o resultado final é meio superficial, na minha humilde opinião é claro.

O diretor Steve McQueen ficou me devendo algumas explicações. É claro que eu curto quando algumas coisas são deixadas à mercê da nossa imaginação nos longas mas não tudo né! Carey Mulligan é Sissy a irmã doidinha e desprovida de amor próprio de Brandon. Por causa dela, aliás, o filme sofre um abalo.

Brandon não chega a sofrer socialmente por causa do vício, mas é nitído que é escravo dele. Sua rotina é 100% planejada para que ele possa satisfazer essa necessidade por sexo durante o dia. Chega a ser angustiante, juro. Acho que esse tipo de vício muitas vezes ainda é bem-visto pela sociedade, afinal, é sadio gostar de sexo. O que o longa tenta mostrar é que não é tão sadio assim.

Enfim, jamais diria que a produção não vale a pena. Longe disso. É orgulhoso ver atuações como as de Fassbender e Mullingan mas, ao mesmo tempo, bate uma revoltinha por McQueen não ter tirado mais proveito de um material tão rico. Me incomodou o fato de ter sequencias muito longas sem propósito, cansativas sabe. Fiquei com a impressão de que faltava assunto (o que não era o caso né).

Faça assim, vá ver e depois me diga ok.

beijos