25 de abril de 2010

Adam

Singelo. Essa palavra descreve bem o filminho delícia de hoje. Uma simpática produção que traz pra roda um problema aparentemente exclusivo do casal protagonista mas que, se pararmos para analisar, é uma coisinha que castiga a humanidade na verdade.Adam (Adam, EUA 2007) conta a história de Adam Raki (Hugh Dancy) que perdeu o pai e agora tem que aprender a se virar sozinho.

A diferença é que o mocinho tem um probleminha chamado síndrome de Asperger, que o impede de entender qualquer coisa além do literal. Ele é brilhante, genial mas só entende as coisas ao pé da letra, não pega deixas, não saca indiretas ou coisas do tipo, o que dificulta, pra não dizer impossibilita, a comunicação com os outros. Ele sempre contou com o pai pra dar uma ajuda com as pessoas, só que agora o "salvador" não estava mais presente.

Enfim, num belo dia ele conhece a nova vizinha, a bonitinha, espertinha, super extrovertida e cosmopolita Beth (Rose Byrne), a ligação é imediata e nasce aquele sentimento conhecido por todos nós, o famoso "começou como amizade mas tô sentindo algo mais".Ela percebeu que estava gostando dele, mas como mostrar se o moço não entende sinais?

No decorrer dos 99 minutos de filme a gente torce pra que milagrosamente ele se cure e fique "normal", que tudo dê certo e termine naquela esquema sessão da tarde que a gente conhece e se empolga com o delicado laço criado por eles.

Sai cena e entra cena percebemos que esse problema de comunicação é mais real do que imaginamos. Quem já se relacionou com alguém sabe como é "complicadis" manter um diálogo, deixar claro sua opinião e se expressar sem magoar, falhar e muitas vezes destruir esse relacionamento.

Além do abismo entre os dois, o filme ainda toca em asuntos como relacionamento familiar, amizade e trabalho. A individualidade nesse furacão de relacionamentos é fator fundamental para manter a sanidade e seguir adiante.

Com ou sem síndrome de asperger, a gente sofre pra criar essa ligação de confiança, manter esse laço e fortalecê-lo. Como disse antes, o filme é muito singelo mas surpreendentemente tocante. Experimente vê-lo e volte pra me dizer. Duvido que não role uma identificação com esse casalzinho ternura. De quebra você ainda leva uma trilha sonora sensacional, no melhor estilo "filme barato, despretensioso com bandas não muito conhecidas dando o tom".

Fica a dica, espero que gostem.

beijocas

20 de abril de 2010

Alice no País das Maravilhas

Sim senhores, vi antes e confesso que passei a noite pensando em um jeito de dizer o que achei sem escrever muito. Se consegui???? Acho que não, mas prometo tentar. Vem comigo.

Segunda, 19 de abril , sessão especial no Shopping Higienópolis. Sala lotada, óculos 3D em mãos e ... Alice no País de Tim Burton... ops, quer dizer, Alice nos País das Maravilhas (Alice in Wonderland, 2010).

A experiência? Sensacional! Vamos aos fatos!

O longa de Tim Burton tem todos os ingredientes que fazem de Tim Burton O Tim Burton! A primeira sensação é que estamos presenciando uma retrospectiva de sua carreira. O mundo criado para Alice se assemelha ao ambiente de Jack , de Beetle Juice e da Noiva Cadáver. O cenário são todos os Tim Burtons que conhecemos em um só. Os personagens já não carregam aquela inocência retratada pela Disney em 1951, o clima underground é evidente e a história seria um novo capítulo na vida de Alice.

Treze anos depois, Alice (Mia Wasikowska) volta ao País das Maravilhas. Não é mais aquela menininha da primeira vez, é uma moça que não se encaixa nos padrões impostos pela sociedade e está sendo obrigada a se casar. Chegando aos 20 anos, vê sua vida sendo decidida pela mãe e irmã. No fundo, Alice ainda carrega aquela curiosidade que à levou ao buraco pela primeira vez. É um espírito livre, que não poderia ser preso em hipótese alguma. No dia de seu noivado, o Coelho Branco volta à superfície para procurar e levar Alice ao mundo subterrâneo. A passagem é a mesma: buracos, poções que encolhem e esticam, portinhas e seres incríveis. A partir daí, vemos o dedinho de Burton.

Só por ser 3D a viagem ao País das Maravilhas já é fantástica, quase real. As cores fortes mas opacas e os personagens que carregam uma aura de melancolia nos levam a ver que o próprio País já não é o mesmo. Dominado pela Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter), o mundo das maravilhas foi destruído e vive sob medo e as ordens constantes de “Off with their heads” (corte a cabeça dele). Fica muito claro o maniqueísmo, personificações de bem e mal bem distintas por comportamentos, ambientes, cores e diálogos. Bem e mal estão assim: Rainha Branca (Anne Hathaway) e Rainha Vermelha.

Nessa aventura, o Chapeleiro Louco (Johnny Depp) tem papel fundamental. É ele o guia de Alice. A primeira pessoa em quem a garota confia e se importa naquela terra. O Chapeleiro de Depp é meio deprê, melancólico e encantador. Impossível não se apaixonar e desejar do fundo do coração que a alegria dos dias da Rainha Branca voltem a iluminar aquele ser. Depp, alter ego de Burton, como sempre primoroso. Não vou prolongar definindo todos os personagens, mas adianto que quando lembro do sorriso perpétuo de Risonho (o gato), já começo a rir também.

Alice... a menininha cresceu. Não tem cinco mas 19 anos. Continua impetuosa mas agora já não faz sem pensar. Diferente de anos atrás, quando não hesitaria em fazer qualquer coisa para ajudar o povo daquele lugar, agora pesa, julga, analisa antes de fazer as coisas. Já não aceita ordens sem saber as razões e sai do buraco ainda mais diferente. Aquela inocência do livro deu lugar à um senso de responsabilidade. Mesmo assim, o espírito livre da infância ainda é latente anos depois. Confesso que não sou PhD em Lewis Carroll, não tenho bagagem para analisar ou julgar a adaptação. Mas posso dizer que, quem espera ver fidelidade total à obra vai se decepcionar. Como disse, a história de Alice é o ponto inicial, a partir daí uma outra história é contada.

Há muito conflito moral na história, é uma fábula para adultos. A Rainha Vermelha coloca em cheque se é melhor ser amada ou temida. Sua irmã, a Branca, as vezes passa a impressão de não suportar ter que ser tão delicada como precisa. Alice não admite ter que matar uma criatura, mesmo sabendo que ela é perversa e cruel, para devolver a paz ao País das Maravilhas. Como já mencionei, é o País de Tim Burton.

Ele sim, pode entender e traduzir em imagens a loucura de Carroll, quando imaginou e escreveu sobre esse mundo totalmente novo e curioso. Acho que essa viagem de Alice pode ser comparada à viagem do crescimento mesmo. Tanta coisa nova e estranha pra conhecer e aprender. É como se Alice representasse as crianças e o País das Maravilhas a vida mesmo, com suas regras, curiosidades, perigos, lições e encantamentos. Se você viajar um pouco, pode ver pai e mãe na figura da Lagarta, que a gente sempre consulta e confia nos conselhos. Aquele amigo mala que só aparece quando quer mas com quem a gente pode contar sempre, e assim por diante.

Um longa pra digerir por dias a fio, muita informação compactadas em pouco tempo. Verei novamente com certeza e, se você não tem planos para o fim de semana, aconselho uma chegadinha ao cinema mais próximo para conferir a produção, que entra no circuito nacional na sexta 23.

É isso, ou me empolgo mais ainda e não paro de escrever nunca mais.

Me contem depois.

Beijos

13 de abril de 2010

Smack!

Treze de abril, dia do beijo. Hum...bom motivo para uma listinha não acha!?

O cinema está repleto de beijos inesquecíveis, que tiram o fôlego, que pegam de surpresa, que são roubados, delicados, tem beijo bonitinho, tem beijo que dá vontade de beijar, enfim, beijo pra tudo quanto é gosto!

É claro que não dá pra deixar a lista muito extensa né, então aí vai minha seleção de beijos, sem ordem porque seria injustiça.E já aviso que muito ficarão de fora hein.

Clark Gable e Vivien Leigh em E o vento levou... - 1931




Audrey Hepburn e George Peppard em Bonequinha de Luxo - 1961




Tobey Maguire e Kirsten Dust em Homem-Aranha - 2002



Nicole Kidman e Ewan McGregor em Moulin Rouge - 2001



Burt Lancaster e Deborah Kerr em A um passo da eternidade - 1941




Harrison Ford e Karen Allen em Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida - 1981



A Dama e o Vagabundo - 1955






Ryan Gosling e Rachel McAdams em Diário de uma Paixão - 2004





Com dor no coração eu encerro, mas garanto que tem beijo pra muita lista ainda...

E a sua lista, qual é?

beijos

7 de abril de 2010

Para trás das câmeras

É bem comum vermos astros e estrelas que já têm seu nome garantido na indústria do cinema, arriscarem na direção. É também muitíssimo comum essas experiências darem muito errado. Felizmente esse não é o caso do nosso filmeco de hoje.

Trovão Tropical (Tropic Thunder, EUA 2008), tem direção de Ben Stiller, aquele mesmo de vááááárias comédias que você conhece bem.

A história? Uma crítica disfarçada em um tom engraçadinho, atacando a máquina de fazer astros e criar egos planetários que se chama Hollywood.

Tugg Speedman (Ben Stiller), Jeff Portnoy (Jack Black) e Kirk Lazarus (Robert Downey Jr.) são superastros de Hollywood contratados para protagonizar a superprodução Trovão Tropical, sob a direção do cineasta inglês Damien Cockburn (Steve Coogan). O filme dentro do filme é baseado na autobiografia do veterano de guerra Quatro Folhas Tayback (Nick Nolte) e descreve o horror vivido por ele na Guerra do Vietnã. A turma vai pro local da guerra que serve de locação para o longa. O problema é que, durante as filmagens eles são levados para o meio da floresta para dar um tom mais real às locações e... de repente, já não é ficção, é a guerra de verdade. Hilário!

O longa de Stiller brinca com os aparatos para fazer filmes de guerra (vísceras expostas, muito sangue, frases de efeito antes da morte, gestos heróicos) e mais um monte de clichês básicos em filmes de batalha. Mas o ponto forte mesmo são os egos dos atores principais. É muito claro a crítica feita à essas celebridades criadas, que são mais importantes que a própria história do filme, ao cartel por trás das produções, muita grana envolvida, a mão de ferro dos donos dos estúdios , as brigas pelo estrelato e muito mais. E o mais sensacional? Stiller não perde a mão na narrativa, o filme é engraçado, tem tiradas ótimas, e você reconhece fácil que a crítica, neste caso, vem bem vestida de humor, muito elegante por sinal.

Os três superastros em questão (Stiller, Black e Downey Jr.) estão muito bem nos papéis desses premiados e oscarizados atores da produção Trovão Tropical. Até os traillers dentro do filme são muito comerciais e você ri só de lembrar que, por mais medonho que seja, na vida real é assim mesmo.Bela sacada! É tudo muito imitado. As entrevistas dadas, à caracterização dos atores, os absurdos que essas celebridades fazem para permanecerem na mídia. Tudo igualzinho ao que todos os dias a gente vê na mídia por esse mundão afora.

Ah, atenção total, o filme ainda conta com a participação de gente muito famosa, entre eles Tobey Maguire ,Tom Cruise (encontre-o rs) e Danny McBride.
Boa mão do Sr. Stiller, o moço leva jeito para atuar atrás das mágicas câmeras da telona.

beijos da Leiloca