25 de março de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Há umas duas semanas fui ao cinema assistir a esse filme... Pensei: ''Uma comedinha-romântica despretensiosa'' humpf...

Num cenário deliciosamente charmoso, duas (lindas) mulheres vão passar as férias de verão em Barcelona, uma delas, Vicky (Rebecca Hall), é noiva de um carinha (completamente broxante), com uma ''vidinha'' daquelas bem medíocres, mas ela é feliz, ama o noivo, gosta do que faz, é uma grande estudiosa da identidade catalã. Cristina (Scarlett Johansson), é o que os mais radicais chamariam de ''menina-perdida-não-sabe-o-que-quer-da-vida-vagabunda-devassa-sem-juízo'' (rs). Mas vou dizer que eu gosto beeem mais da Cristina. Ela não tem medo do novo, se joga, não tem aquele ''freio inibidor social'' e não tem vergonha do que faz (ta bom, é meio porra-louquinha, mas ela é legal). Com o nosso (delicioso) Javier Barden no papel de Juan António, o galã-comedor-gostosão, se engraça pelas duas, mas tem um caso meio que inacabado com a sua ex-mulher um tanto violenta, María Elena (Penélope Cruz).

Enfim... Entre casos e casos durante o filme, me pergunto: SERÁ POSSÍVEL AMAR DUAS PESSOAS AO MESMO TEMPO? María Elena e Juan António têm uma ligação um tanto complicada, mas se amam. Porém, juntos, apenas os dois, a relação torna-se impossível e conturbada. Faz-se necessária a presença de uma terceira pessoa, que acaba sendo o ponto de equilíbrio entre eles. Acaba virando um triângulo (semi-quadrado) amoroso onde uma das pontas é responsável por manter as outras duas unidas. Acho um pouco egoísmo da parte do casal, mas é ''aceitável'' uma vez que a tal terceira ponta concorda e está feliz com a situação. Acabam se amando os três. São cenas bonitas. Onde eu consegui ver delicadeza na relação Cristina-María Elena, nada escrachado. E o triângulo encara aquilo como a forma mais natural do mundo de viver.

E a Vicky? Bom... a Vicky vai estudar, passear, e seu noivo vai para Barcelona passar uns diazinhos com ela. Ele é daquele cara que quer de tudo do bom e do melhor, mas é vazio por dentro. Vicky procura sim o conforto e a segurança que dá a ela aquele relacionamento, mas ela procura (muito mais) o sentimento de aventura, a adrenalina, a sensibilidade e a ''pegada'' que um homem pode ter (e esse homem poderia, muito bem, ser o noivo dela). Acaba procurando (e achando) em Juan António todos esses requisitos (também... pudera!), e se aventura num momento de loucura... Fica balançada... (agora chega senão conto o fim do filme!)
Entre seduções, conquistas e decepções se desenrola uma trama inteligentemente hilária, provida de muito requinte e imagens grandiosas, performances envolventes (Penélope Cruz está sensacional) e que evocam reflexões complexas ao sair do cinema (ainda estou digerindo muitas coisas em relação ao filme). Com o exemplo: questionarmos-nos se os valores que estabelecemos como primordiais para um matrimônio são realmente relevantes para atingirmos a felicidade, ou se ficamos tão bitolados com as interferências externas, impostas em suma pelas “regras” da sociedade em que estamos inseridos, a ponto de não enxergarmos nossa previsibilidade.

E a pergunta ainda paira no ar...
É POSSÍVEL?

Vicky Cristina Barcelona (Vicky Cristina Barcelona/Woody Allen/ Espanha-EUA/2008)

Por Letícia Aracil

Observações da Bruna:

Lelê Aracil é uma adorável jovem, namorada do primo (posso considerar prima, certo?), estudante de letras que de acordo com as minhas pequisas tem como disciplina favorita linguística.
Lê foi super solícita com o convite para escrivinhar no Cineopse e me enviou o texto em poucos minutos, aliás, ela já tinha publicado a resenha em seu blog o http://pramodeque.blogspot.com/ e se comprometeu em contribuir em breve com material inédito.

Espero que os leitores do Cineopse estejam gostando das participações mais que especias!

19 de março de 2009

Poder para o Povo

Tão batida quanta a discussão se o cd vai morrer ou não e se o jornal de papel vai acabar ou não é aquela sobre as salas de cinema. Se elas vão deixar de existir ou não, já que hoje em dia muita gente prefere baixar os filmes em casa ou comprar o piratinha por 5 reais.

Acho essa discussão um pé no saco, já que é muito óbvio que sempre existirão amantes da sétima arte que irão escolher a melhor opção para apreciar um filme, que é naquela tela gigante e com altos falantes gigantes também.

Mas o que pouca gente sabe é que essa suposta “crise existencial” do cinema tem possibilitado uma inversão de valores, onde quem passa a mandar é o telespectador, que escolhe o que quer assistir e não precisa mais ser refém de tantos blockbusters norte-americanos!!

Como assim??

É mais ou menos assim: um grupo de amigos entrou numa viagem sobre como seria legal ver alguns filmes clássicos novamente na telona. E pensaram que, assim como eles, outras pessoas poderiam querer o mesmo. Por que não mobilizar então esse pessoal pela internet??

Foi assim que surgiu o site Movie Mobz (http://www.moviemobz.com/). Eles sugerem o filme e esperam juntar um número de gente que toparia ver esse mesmo filme num dia e horário estipulado. Quando juntam gente suficiente para encher uma sala, eles entram em contato com o dono de algum cinema e fazem a proposta de passar o filme pra essa galera. Com a proposta de ter sala cheia naquela sessão, é claro que o proprietário do cinema topa e fecha o acordo com o pessoal do Movie Mobz.

Eles já conseguiram assistir a vários filmes bacanas na tela do cinema e têm planos mais ambiciosos pro futuro, como organizar campeonatos de videogame e até transmitir a próxima Copa do Mundo em cinemas.

Quem se interessar pela mobilização, é só entrar para o movimento. E fica o exemplo de que o poder está sempre na mão do povo. Que é possível se unir, se mobilizar e conseguir as coisas que a maioria quer. Se não dá pra mudar os políticos, se não dá pra acabar com o círculo vicioso da corrupção no Brasil, que dê pelo menos pra gente escolher o que quer ver no cinema. Já é um bom começo.

Por Marko Panayotis

Amigo, jornalista, conhecedor dos bastidores de tv (calma eu não disse fofoqueiro), vocalista do Miguelito Cochabamba e blogueiro. O jovem Paná enriquece alguns diários virtuais com suas idéias: http://sonsdovodu.blogspot.com/

13 de março de 2009

Tá com medo? Parte final

E para terminar a sexta 13 ....

3 - Os Outros - (The Others / Los Otros, Espanha / EUA / França, 2001) Um dos meus subgêneros preferidos dentro do horror é o que trata de fantasmas e casas mal-assombradas. De exemplares dos anos 50, de figuras importantes como o diretor Willian Castle e o espetacular Vincent Price, a maravilhas dos anos 80 como O Iluminado ou Poltergeist. Mas nenhum deles se compara a Os Outros. E pensar que se não fosse Tom Cruise o filme não existiria. Isso porque Tom “queria porque queria” re-filmar Abra Los Ojos (que se transformaria em Vanilla Sky), que era do espanhol Alejandro Amenabar. Então, o diretor lhe disse: “Ok, Tom. Te passo os direitos, mas a Cruise/Wagner (produtora de Cruise) produz um filme novo meu chamado Os Outros”. Tom Cruise respondeu: “Fechado, mas você coloca minha mulher no filme?”. “Claaaaro”. E deu no que deu. Inclusive, Nicole Kidman concorreu ao Globo de Ouro contra ela mesma por Os Outros e As Horas.


Opinião:


É coisa de gosto. Para mim, Os Outros é melhor do que qualquer outro filme de casa mal-assombrada, pois tem todos os ingredientes que o faz (quase) alcançar a perfeição: uma casa estranha, personagens misteriosos, um segredo guardado no porão, uma presença fantasmagórica (ou não) e um final surpreendente e delicioso (e o único que apresenta o outro lado). Não bastasse tudo isso, o filme é criativo, inteligente e tecnicamente primoroso. A sacada de fazer com que o pano de fundo fosse a Segunda Guerra Mundial e – de certa maneira – ser esse o motivo para o desfecho cruel e ao mesmo tempo alentador é ambiguamente preciso e convincente. Aliás, o filme termina e ficamos com ele na cabeça por um bom tempo. Você não sabe se julga a atitude egoísta ou se entende o motivo. De qualquer maneira, no final saímos mesmo é satisfeitos e orgulhosos de ter visto esse preciosidade do gênero.


2 - O Exorcista - (The Exorcist, EUA, 1973)

E olha o diabo aí de novo. Só que, enquanto em O Bebê de Rosemary ele foi carinhoso e fez um “belo” neném na moça... em O Exorcista o cramunhão faz um estrago e tanto. Que diga a jovem e doce Regan (Linda Blair, excepcional). A garotinha, que vive com a mãe divorciada, começa a ter sintomas estranhos. Aos poucos, sem mais esperanças na medicina, a mãe decide que é o caso para tentar uma ajuda divida e, para isso, chama o padre psiquiatra Damien Karras. O padre, então, logo percebe que o problema é pior do que imaginava e recorre à igreja, que envia o exorcista padre Merrin. Ambos vão lutar contra o “coisa ruim”.

Em 2000, o filme teve sua reestréia nos cinemas com a versão do diretor. E se a versão original é pesada, imaginem a do diretor. Pois bem. Digo a vocês que talvez tenha sido uma das minhas melhores experiências cinematográficas. O Exorcista no cinema é coisa para gente grande.


Opinião:


Coisa para gente grande mesmo. Mas não pense que é por conta das fortes cenas de exorcismo, cabeça virando ao contrário, vômito verde ou aquela coisa do crucifixo. Isso também, vai. No entanto, O Exorcista é muito mais do que um filme de horror, ele é um drama intenso, que trata sobre as inseguranças do Padre Karras e, com elas, as dúvidas sobre suas verdadeiras capacidades, que, por conseqüência, traem sua fé. É preciso notar essa intenção para apreciar o filme sem medida. Adulto.

A adaptação, roteirizada pelo também diretor do filme William Peter Blatty venceu o Oscar de roteiro adaptado e som, e ainda foi indicado a outros oito Oscars, entre eles melhor filme, melhor diretor, melhor atriz (Ellen Burstyn) e melhor atriz coadjuvante (Linda Blair). Aliás, nunca nenhum outro filme do gênero concorreu a tantos prêmios da Academia. O que atesta a competência dessa genuína obra-prima do drama de horror.


1- Tubarão - (Jaws, EUA, 1975) - E eis então o número um da minha lista, o mais apavorante e tenso filme de horror já feito: Tubarão. O filme, adaptação do livro “Jaws” de Peter Benchley, alavancou a carreira de um tal Steven Spielberg e, com ele, a carreira mais bem sucedida de um diretor americano e um clássico impecável. O Tubarão em si é um bonecão mecânico de látex, com dentes de borracha, que bem dá pra perceber o quão falso é. Mas, não se deixe levar por isso. O jovem Steven Spielberg – que até aquele momento havia feito apenas o telefilme de sucesso Encurralado – conseguiu botar terror em muita gente (inclusive em mim) apenas com uma trilha sonora arrepiante (de John Willians), gritaria na praia, sangue na água e, às vezes, uma barbatana. Graças a Steven e seu Tubarão fiquei sem entrar no mar por alguns bons anos. Aliás, nem no mar, nem em lagoa, nem em piscina... e nem em banheira. Banho só chuveiro.

Opinião:

O grande mérito de Spielberg, porém, além de ter criado um filme ousado a partir de um clima absolutamente claustrofóbico foi ter orquestrado com maestria todas as partes essenciais que formam o todo: desde a trilha sonora avassaladora, as atuações espetaculares de Roy Scheider, Robert Shaw e Richard Dreysfuss, a condução da história e, finalmente, a interação com o tubarão de mentira que parecia que nunca ia funcionar. E foram muitos os problemas durante a produção (assistam ao Making Off, é uma aula grátis de como fazer cinema), mas Steven contornou todos. Jovem, promissor, competente, corajoso e visionário. Por essas “poucas” qualidades do novato diretor, Tubarão se tornou o que é hoje: obra indispensável, não só para o gênero de horror, mas para a história do cinema.


E fim de papo. Obrigado aos amigos Jason, Freddy, Chucky, Michael Myers, Hannibal, Norman Bates, Jack Torrance, Nosferatu, Dr. Jekill... ah... e, claro, obrigado também às duas garotinhas que me deixaram vir aqui e aprontar um pouco.
Encerramos nossa transmissão. Fiquem agora com a programação normal do blog. Boa noite e... não se esqueçam: olhem sempre para os lados. Nunca sabe-se o que está a espreita em uma sexta-feira 13.


Observação da Leila:


É isso turma!


Obrigada , Leandro!!


A gente adorou... e está com medinho também!



Tá com medo? Parte II

E a gente segue com o terror ....


7 – O Gabinete do Dr. Caligari - (Das Cabinet des Dr. Caligari, Alemanha, 1920)

Agora sim um clássico. Concebido em 1919, O Gabinete do Dr. Caligari é referência máxima em estilo e fotografia até hoje. Uma das primeiras obras do Expressionismo Alemão – movimento da arte que privilegiava os efeitos de luz, maquiagens carregadas que destacam as expressões dos personagens, cenários distorcidos, clima psicológico e influência de obras surrealistas, o filme do alemão Robert Wiene (e roteiro de Fritz Lang, de Metrópoles) não precisa usar palavras para espantar. As belíssimas imagens, a sombria trilha sonora e as atuações dramáticas e exageradas (propositalmente) são extraordinárias e fazem desse um dos melhores filmes de horror de todos os tempos.

Opinião:

A trama é simples e original: Dr. Caligari é um velho místico que domina as técnicas da hipnose e perambula pelas cidades do norte da Itália apresentado-se em quermesses ao lado de um sonâmbulo chamado Cesare. O caso é que o velho usa de seus métodos para induzir o jovem Cesare a cometer assassinatos nos vilarejos. Como Caligari esconde um boneco no caixão onde Cesare dorme, os crimes ficam indecifráveis. Porém, o jovem sonâmbulo passa a perambular pela cidade e algo dá errado. Realizado em uma das fases mais conturbadas da história alemã (o fim da primeira guerra mundial) O Gabinete do Dr. Caligari possui uma aura absolutamente sufocante e pessimista. Talvez por isso, a partir de imagens insólitas – que mais parecem um constante pesadelo – o filme mudo foge dos padrões naturais das histórias de horror e relata com extrema competência a aflição e a insanidade humana. Um filme para ver e rever.

6- O Bebê de Rosemary - (Rosemary's Baby, EUA, 1968)

E aí vem o diabo. Ah, o diabo. Tem maldade no meio, coisa ruim, espírito zombeteiro? Tem culpa o diabo. Bacana é perceber que essa figura da mitologia cristã tão antiga sempre gerou – e sempre irá gerar – boas histórias apavorantes. Isso percebeu o diretor Roman Polansky (e a escritora do livro Ira Levin) ao conceber O Bebê de Rosemary. O filme narra a história de (adivinhem?) Rosemary, moça certinha que se muda para um apartamento em Nova York com seu marido. É apresentada a um simpático casal de velhinhos e com eles faz amizade. Não demora muito, porém, para começar a desconfiar que esses estão envolvidos, junto com seu esposo, em rituais macabros de magia negra. Rosemary, então, descobre que está grávida e tenta manter seu bebê longe de algum mal que possam lhe fazer. Mas uma trágica surpresa está por vir.

Opinião:

Não basta ter uma idéia brilhante e filmá-la. É preciso saber como fazer. E Polansky fez com maestria. Desde o momento em que somos apresentados ao fantasmagórico apartamento até o derradeiro ato final, toda a atmosfera de suspense e temor é construída de forma gradativa e, por isso, brilhante. Considerado blasfemo pela igreja católica – e outras que tentaram impedir a exibição do filme – O Bebê de Rosemary é um dos melhores exemplares do terror psicológico, ou seja, não há violência explícita, mas sim um clima de paranóia constante e um final polêmico. Além da espetacular direção, méritos também para as excelentes atuações de Mia Farrow e Ruth Gordon (a velhinha vizinha que levou o Oscar de melhor atriz coadjuvante),

5 – A Noite dos Mortos-Vivos - (Night of the Living Dead / Night of the Flesh Eaters, EUA, 1968)

Agora esqueçam o terror psicológico. Em 1968, (mesmo ano de O Bebê de Rosemary), um tal George Romero, diretor de cinema, inventou uma história que começava dentro de um cemitério. Enquanto a moça rezava pelos seus pais, seu irmão era atacado por um humano que não parecia estar nem vivo e nem morto. A partir desse momento, A Noite dos Mortos-Vivos se tornaria um dos filmes mais importantes do horror mundial, pois deixava para trás o “comportado” estilo de horror psicológico para assumir um grafismo doentio, com cenas violentas e situações explicitas. Com coragem e inventividade, Romero revolucionou não só o gênero como também o cinema.

Opinião:

Rodado em branco e preto por falta de grana, Romero juntou os amigos para atuar, outros para ajudar com a maquiagem e outro, dono de açougue – que forneceu a carne que os zumbis degustam com tanto prazer – e realizou a loucura. Hoje, A Noite dos Mortos-Vivos não é copiado e re-copiado descaradamente diversas vezes apenas por ser uma fórmula que deu certo, mas porque é muito bom. Imagine você se deparar com um morto-vivo, sem saber de onde veio, sem saber o que fazer para se livrar, vindo em sua direção. Aí você se esconde numa casa. E então começam a aparecer outros, e mais, e mais. Que raio de epidemia é essa? É contagioso? Que aconteceu com as pessoas? Esse é o clima do filme que introduziu os zumbis na cultura pop, cujo final apocalíptico fez com fosse duramente criticado.

4- O Massacre da Serra Elétrica - (The Texas Chainsaw Massacre, EUA, 1974)

Quando O Massacre da Serra Elétrica começa, uma arrepiante narração informa que o filme que será apresentado foi baseado em um fato real e um dos mais bizarros crimes na história norte-americana. Na verdade, apenas charme. De real mesmo apenas a “homenagem” a Ed Gein, um verdadeiro psicopata que, assim como o personagem do filme, Leatherface, cortava o rosto dos cadáveres para usar como máscara. Mais nada. Rodado em 1974, O Massacre... conta a história de um grupo de jovens que se perde em uma rodovia e acaba sendo perseguido por uma família de maníacos canibais. O que tem de mais? O filme é perturbador, assustador e, por ter sido filmado em 16mm e ter uma estética meio amadora, passa a sensação de realidade. O ar grotesco e sufocante fez com que o filme fosse proibido em muitos países, só podendo ser liberado anos mais tarde.

Opinião:

Pergunte para uma pessoa qualquer: “O que é O Massacre da Serra Elétrica?”. Ela pode nunca ter assistido, mas vai saber que é um filme de terror doentio. Tudo porque a obra se transformou, indiscutivelmente, num dos maiores clássicos do cinema e, além de influenciar centenas de filmes, faz parte da cultura popular mundial. Méritos totais para o diretor Tobe Hooper (Poltergeist). Foi dele a idéia de apavorar o espectador com cenas violentas, porém sem exageros, sem sangue, sem dilacerações. E esse é o grande mérito do filme – além da filmagem “caseira” – apresentar o aterrorizante sem necessidade de explicitar. Então veremos a mocinha correndo do vilão com a serra elétrica na mão, marteladas na cabeça, pedaços de gente, mas, em momento algum, a ação é consumada. O estrago vai depender da sua imaginação. Mas não se preocupe com isso. As sombras apresentadas pela iluminação escura, o cenário desértico do Texas e os gritos de pavor da molecada vão te ajudar.

O melhor vem no final. Em breve a parte III.

Observação da Leila:

Continuamos com o canivete suiço ...


Tá com medo? Parte I

Ah, a sensação de invasão. Sabe quando você é criança e pula o muro da vizinha para buscar a bola? É isso. Ou às vezes quando faz alguma arruaça em algum lugar que não é seu só pelo prazer de zuar? Pois bem. Não estou aqui pelo prazer de zuar, claro que não. Mas imagine: entrar em um blog, bonitinho, arrumadinho, cheiroso, bem escrito, de duas doces meninas e escrever sobre... filmes de horror... ah, é como fazer xixi nas plantinhas da casa da avó.

Mas para não ser chato (coisa que para mim não é esforço) achei melhor fazer uma lista dos 10 MELHORES FILMES DE HORROR. Ou os que considero mais assustadores e divertidos. Aliás, o que pode ser mais legal do que tomar uns sustos inofensivos e ver cenas absurdamente engraçadas?

Então, vamos lá: peguem as pipocas e os refrigerantes, mas cuidado para não derrubar na hora do... “aaaaaaaaaaaaaah, pu#@ que pariu... que sustooooo da pó*$@!!!!”

10 – Fome Animal - (Dead Alive/ Braindead, Nova Zelândia, 1992)

Bom, esqueça a parte das pipocas e refrigerantes. Para ver Fome Animal... é melhor não comer nada. O filme é um festival de nojeiras e insanidades: uma orelha que cai na sopa e é comida no mesmo momento, um padre luta kickboxer antes de virar zumbi, zumbis fazem sexo e parem bebes zumbis, a “arma” utilizada para matar os mortos-vivos é um cortador de grama virado ao contrário, ou seja, mutilação de órgãos e banho de sangue e tripas. O diretor e criador dessa maravilha é Peter Jackson, em uma época em que ele – adolescente na Nova Zelândia – sequer imaginou que certo dia ganharia um Oscar.

Resumo da história:

Leonel é um nerd que vive com sua mãe, uma velha chata e ciumenta. Certo dia o rapaz se apaixona por uma moça, filha de ciganos, e a chama para ir ao zoológico. A mãe de Leonel, que desaprova o relacionamento, o segue até o local. Lá, acaba mordida por uma espécie rara de animal: o Macaco Rato da Sumatra. Depois disso, passa a ter febre e comportamentos estranhos, perde cabelos, a pele começa a cair – assim como os dentes – e emite grunhidos estranhos. Pior: a velha fica violenta e morde as pessoas. Os que foram atacados passam a ter a mesma reação, até que uma epidemia se espalha e os “zumbis” tomam conta da cidade. Leonel e a sua namoradinha são os mocinhos.

Opinião:

Nada pode ser mais sensacional para uma sessão maldita entre amigos do que Fome Animal. É divertido, engraçado, a maquiagem é muito mais bem feita do que muita coisa “rica” de Hollywood, é criativo até o fim e ninguém vai dormir. Com certeza. Pode testar, porque já testei.

9 – A Meia Noite Levarei sua Alma - (À Meia-Noite Levarei sua Alma, Brasil, 1964)

O melhor terror nacional já feito em todos os tempos só podia ser de um dos maiores cineastas desse país: José Mojica Marins. Pouco sabe de cinema os que criticam a simplicidade desse gênio do cinema. Mojica criou o mundialmente conhecido Zé do Caixão, personagem de característica forte, demoníaca, sádica, cruel, demente e inventiva, porém de uma veracidade tão intensa, que lhe concedia uma assombrosa humanidade. Sua grande obra-prima se chama A Meia Noite Levarei Sua Alma, primeiro filme de uma trilogia que conta a busca insana de coveiro Zé do Caixão pela mulher, que lhe dará o filho perfeito.

Opinião

Em 1963, plena ditadura militar, o cinema nacional não estava acostumado com o que veria. Mojica, então, sem medo da censura filmou aquele que seria o divisor de águas para o gênero no Brasil. Embora sutil para os padrões atuais, A Meia Noite Levarei Sua Alma desafiou os dogmas cristãos ao mostrar cenas de violência explícita e a críticas contra as tradições religiosas. Só isso já faz do longa histórico. Não bastasse tal loucura para a época, o filme ainda é audacioso e criativo, com uma montagem que consegue dignificar até mesmo as atuações amadoras e os improvisos de roteiro. A Meia Noite... é um filmão, com uma trama sem furos, que apresenta um personagem complexo, primitivo e contestador.

Curiosidade:

Zé do Caixão foi inspirado em pesadelos constantes que Mojica tinha com o personagem quando era criança. Aos 12 anos, o diretor vendeu sua bicicleta e comprou uma câmera de 88mm. Daí deu início a sua carreira apaixonada.

8 – [REC] - ([Rec], Espanha, 2007)

Pensei em colocar aqui algum clássico como Psicose ou Os Pássaros, mas é tão lógico citar Hitchcock que preferi fazer justiça a essa pequena obra-prima contemporânea chamada [REC]. O filme espanhol, com elenco espanhol, diretor espanhol e todo falado em espanhol é um dos mais assustadores que já vi. A fórmula se assemelha ao de A Bruxa de Blair, câmera na mão e clima documental, porém com uma diferença: há ação. E muita!

Opinião:

Ângela é uma repórter fazendo uma matéria para a TV sobre o dia-a-dia dos bombeiros. Em algum momento recebem uma chamada e a equipe os acompanha no resgate. Chegam a um prédio. A ocorrência: mulher gritando desesperadamente em um dos quartos, enquanto boa parte dos moradores esperam no saguão. Qualquer coisa que contar além disso estragará o filme.

Há muito tempo eu não assistia nada tão intenso. O motivo? [REC] é real. Em momento algum parece um filme. Apesar de se tratar de algo inviável e de natureza fantástica, o público se relaciona com os personagens e os fatos de forma orgânica até. Afinal de contas, o filme é acompanhado em primeira pessoa o tempo todo, fazendo com que você deixe de ser espectador e passe a acompanhar os acontecimentos como testemunha ocular. É sensacional. De se borrar de medo. Vejam lá:

http://www.youtube.com/watch?v=1eFrM50cmhw

Logo mais parte II.

Observação da Leila:

Esse post foi escrito por Leandro Giometti. O moço é um canivete suiço: jornalista, cinéfilo, crítico, boleiro, cantor, arranjador, humorista,compositor e ainda acha tempo pra ser um cara bacana! Gostaram?
legiometti@hotmail.com. Aguardem os outros filmes da lista dele.

11 de março de 2009

Eu sei que vou te amar ... por toda minha vida eu vou te amar!

Essa frase chega a soar brega, mas com certeza alguém já sentiu que amaria outro alguém para sempre.

Eu sei que vou te amar (Arnaldo Jabor/ 1986 / Brasil) é um filme dirigido pelo comentarista e mil e uma utilidades Arnaldo Jabor. A história conta com Fernanda Torres no elenco, que na ocasião ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes.
Um casal de jovens descontrolados resolvem fazer um jogo da verdade após três meses de separação. Nesse jogo eles lavam toda roupa suja e a história deles vem à tona direto para a vida dos telespectadores. Uma montanha russa de emoções com palavras fortes, chocantes e realistas do tipo: "Eu me separei de você porque você não me emocionava mais".

Dói só de contar, isso que nem falei das cenas de choro, afinal, o casal se ama, mas não entende os motivos da separação. A história é bem particular, porém é impossível não se identificar com frases e cenas, principalmente quem já esteve envolvido em separações dolorosas, relacionamentos conturbados, paixonites agudas e loucuras psicológicas.

Posso dizer que considero um filme romântico que começa com um final feliz e termina profundo e amargo no meio de turbilhões de verdades!
Postado por Amanda Sanches

Observação da Bruna:
A resenha de hoje foi escrita pela jovem amiga Amanda Sanches, mais conhecida como Mandioka. Ela não é jornalista nem publicitária, mas curte um bom filme e pelo que escreveu percebemos que deve ser uma pessoa bastante apaixonada, *rs.

10 de março de 2009

Num piscar de olhos

No need to wonder very long where I am, or to recall that the life I once knew was snuffed out Friday, the eighth of December, last year.

Gente, que chique eu aqui no Cineopses. Arraso! Mas agora vamos ao que interessa e que é o motivo de eu ter sido convidada para colocar as minhas letras por aqui: O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon, França/ EUA, 2007). Posso dizer que há muito tempo eu não me impressionava tanto com um filme como me impressionei com esse, do diretor francês Julian Schnabel. Algumas pessoas já haviam comentado o enredo desse longa comigo, mas não tenham dúvidas de que é preciso ver pra crer. Qualquer descrição ficará aquém do entendimento.

Bem, o filme conta a história do jornalista Jean-Dominique Bauby ( Mathieu Amalric), que aos 43 anos de idade sofre um derrame cerebral e, a partir de então, torna-se vítima de uma síndrome rara chamada “locked-in” - na tradução literal significa “trancado dentro” e no português claro, aqui entre nós, “desespere-se dentro do seu próprio corpo” seria bem apropriado. De uma vida social intensa, cercada de pessoas e eventos, Jean-Do (como o personagem é chamado pelas pessoas de seu convívio), que na época era editor da glamurosíssima Elle francesa, se vê confinado em um quarto de hospital e, ainda mais, preso dentro de seu próprio corpo e pensamento. Totalmente consciente de tudo o que acontecia ao seu redor, os movimentos do narrador-personagem ficaram limitados a apenas um: o piscar do olho direito.

Chocante. Durante a primeira meia hora do filme não conhecemos o rosto do personagem. Isso porque nesse tempo inicial, a câmera se comporta como se fosse a visão do próprio Jean-Do, turva e limitada e os atores encaram a câmera o tempo todo. Um trabalho impressionante que precisa ser visto para dar conta de sua totalidade. A gente se sente como se fosse ele, ali, sem poder fazer nada, sem se fazer entender, sufocadoooooooo. Ufa! Sinceramente, tive a vontade de desistir três vezes pela agonia que me deu. Perguntei “mas vai ficar assim até o fim?” e senti muuuuita falta de ar (incrível!).

O alívio começa a chegar quando Bauby recebe a visita de uma fonoaudióloga que o ensina a se comunicar por meio do único movimento que resta a ele, o piscar do olho. A partir de uma seqüência de letras que ela diz, ele deve piscar quando chegar àquela que ele precisa para formar a palavra que deseja. E isso foi o que possibilitou a ele não se tornar apenas mais um objeto dentro do quarto, mas continuar, na medida do possível, conduzindo a própria história. Entre vários acontecimentos que se desenrolam, o personagem escreve um livro homônimo ao título do filme, “O Escafandro e a Borboleta” em que relata momentos importantes de sua vida, até chegar ao dia em que, subitamente, acordou imóvel em uma cama de hospital. O imagem do escafandro é escolhido por Jean-Dominique Bauby para retratar sua imagem corporal e a borboleta, a imaginação que não depende de nenhum elo para voar para onde quiser.

Mas, tudo isso é menos importante do que aquilo que somos levados a experimentar durante o filme: o grande amor de Bauby que jamais veio visitá-lo depois do acidente, a dedicação da ex-esposa que não o abandona até o dia de sua morte, os filhos que ele não pode mais abraçar, o carinho pelo pai que ele visitou pouco antes “daquela sexta-feira”.

O resumo da ópera é um filme emocionante, mas que não necessariamente fará você chorar, como não fez a mim. Mas, com certeza, vai te fazer pensar na vida e o que está fazendo dela. Ah, vai.

Beijo às autoras do blog e contem com a minha colaboração!


Observação da Leila:

Esse texto foi escrito pela Gabi Albuquerque. Ela é jornalista, uma fofa e "colega de vício". A Gabi tem um blog com os amigos, que se chama "alho e óleo". Gostaram do post? Anotem os contatos dela: gabriela.jornalismo@gmail.com / alhoeloleo.blogspot.com

Obrigada Gabi!


6 de março de 2009

O Violino Vermelho

É uma história que eu gostaria que fosse real.
Esta é a primeira sensação que tenho quando me lembro deste filme que, embora eu só tenha assistido há cerca de um ano, foi filmado há mais de dez.

O Violino Vermelho (The Red Violin/1998/François Girard/EUA), conta a trajetória misteriosa de um violino que foi confeccionado pelo grande artesão Nicolo Bussotti, na Itália do final século XVII. O instrumento, minuciosa e ricamente trabalhado, era um presente que Bussotti preparava em segredo para presentear a seu filho que ainda estava para nascer.
Enquanto finaliza sua obra-prima, Bussotti recebe a notícia de que sua esposa, em trabalho de parto, estava correndo risco de vida. A mãe e o bebê morrem durante o parto e, assim, o “violino perfeito” deixa de ter sentido na vida do artesão e é colocado junto aos demais instrumentos para venda.
A partir deste ponto o violino começa uma viagem de 300 anos, passando por cinco lugares diferentes ao redor do mundo: Cremona (Itália), Viena (Áustria), Oxford (Reino Unido), Xangai (China) e Montreal (Canadá). E em toda sua volta ao redor do mundo ele passa pelas mãos de plebeus e nobres da realeza, aprendizes de música e de chineses reprimidos pelo comunismo, levando traição, raiva, amor e sacrifício a quem o possui.

Samuel L. Jackson é Morritz, um renomado historiador e especialista em instrumentos musicais que é convidado para analisar um lote de instrumentos que serão leiloados. É um homem que dedica todo seu profissionalismo pesquisando a “vida” do violino e procurando pistas de onde ele poderia estar até que, como obra do destino, ele descobre que o famoso violino está, inadvertidamente, em suas próprias mãos e que fora totalmente desprezado por grandes nomes da música erudita, em meio a todos os demais instrumentos do lote.

A notícia da “aparição” do violino vermelho se espalha devido à desconfiança gerada pela realização de exaustivos testes no instrumento e tendo que assumir que de fato aquele é o violino original. A descoberta acaba por criar um clima de hostilidade entre maestros e colecionadores de toda a parte. Todos querem arrematar o instrumento no leilão.

O roteiro é bem recheado de situações que levam o espectador a descobrir, pouco a pouco, porque o violino vermelho é tão desejado e tão misterioso. Existe algo muito além do fato de ter sido confeccionado no berço da música erudita, e é exatamente este mistério que ultrapassa a capacidade de entendimento humano, tornando-o o instrumento perfeito. O violino errante, amado e odiado é vítima de uma perfeição sonora que o acomete a perseguição que parece não ter fim.

O filme foi baseado no Stradivarius, conhecido como The Red Mendelssohn, que é chamado de “violino vermelho” devido ao aparecimento inexplicável de uma listra vermelha no seu lado superior direito. O instrumento foi arrematado em um leilão, em novembro de 1990, pela quantia de US$ 1,7 milhões.

O violino vermelho recebeu diversos prêmios: um Óscar de melhor trilha sonora (John Corigliano), oito Genie Award, nove Jutra Award, um Golden Reel Award pela edição sonora e ainda um Best Artistica Contribution Award do Tokyo International Film Festival.

No entanto, e apesar de ter recebido tantos prêmios, a minha humilde opinião de apaixonada por filmes que envolvam música clássica e outros eruditismos, cabe-me apenas apontar um ponto crucial a quem se interessar em assistir: a sensibilidade do espectador é o que fará toda a diferença.

“Sem música, a vida seria um erro.” (Nietzsche).

Postado por Flavia Rios


A convidada de hoje é uma ótima amiga, excelente escrivinhadora e jornalista, amante de Chico Buarque, fã da boa e antiga MPB, além de arranhar alguns acordes em seu violão.

3 de março de 2009

Dúvida: a Meryl Streep é humana?

Não se apavorem, o nome do filme não é esse! Quer dizer, é quase esse.
Dúvida (Doubt, EUA, 2008), segundo longa do diretor John Patrick Shanley - que começou em 1990 com Joe e o Vulcão - é uma daquelas produções que faz total juz ao seu nome. Explico.Ainda ontem almoçava com alguns amigos quando um deles me perguntou se eu havia visto esse filme. Respondi que sim, e aí veio a pergunta: No fim, o padre é ou não culpado?
Antes da resposta, vejam só.

A história se passa em 1964 , em um colégio católico no bairro do Bronx. Na ocasião, foi aceito o primeiro aluno negro do colégio e o padre Flynn (Philip Seymour Hoffman) se aproxima para dar "aquele" apoio ao garoto. O padre é muito querido pelos alunos já que é o oposto da irmã Aloysius (Meryl Streep) que dirige o colégio com mãos de ferro. Enfim, em um dia qualquer de aula, a inocente professora irmã James (Amy Adams) parece detectar o que ela pensa ser um comportamento estranho do padre em relação ao menino e vice-versa. O caso chega a irmã Aloysius que passa a "caçar" o padre alegando que ele está assediando o mocinho.
A surpresa desse filme é a curta mas marcante atuação de Viola Davis, como a mãe do aluno Ela aparece por poucos minutos mas a força da interpretação da mãe que recebe a notícia das suspeitas de abuso e a reação dela são de tirar o fôlego.
A história é tão bem amarrada , e isso hoje em dia é tão raro em filmes, que não sobra nada para quem como eu, adora encontrar furos em roteiros!

Voltando a pergunta do meu amigo: No fim, o padre é ou não culpado?

Resposta: Não sei!!! E é exatamente essa a magia do filme. Ele deixa para nós o desfecho, fica completamente aberto para nossas interpretações. Pra quem gosta de filmes com finais exatos não aconselho esse longa. A produção coloca em cheque questões de julgamento, religião, comportamento, enfim, uma infinidade de coisas que pertmite quue fiquemos horas a fio imaginando o que realmente teria acontecido, e nem assim chegamos a uma conclusão! O filme inteirinho é baseado em suposições e não em fatos.

O elenco é de primeiríssima. Philip Seymour Hoffman que a cada dia prova ser um super ator, tudo bem vai ele pulou de Capote para Missão Impossível mas isso não chega a tirar pontos de ninguém vai. A Amy Adams conseguiu me convencer que não é só mais uma princesa da Disney , quem viu Encantada sabe do que eu estou falando, e mandou muito bem como a irmã inocente que acredita na igreja como instituição e na bondade da humanidade. Viola Davis... minha gente essa mulher fez Noites de tormenta no ano passado, filme que eu não recomendo pra ninguém. De repente ela me aparece como indicada ao Oscar por sua atuação em Dúvida! Merecidíssimo!

Agora eu volto a perguntar: A Meryl Streep é humana????

Fala sério em toda a minha carreira de cinéfila eu NUNCA vi nada que essa mulher tenha feito que seja ruim. Até me filmes que eu não tenha gostado muito ( que me perdoe quem gostou) como o caso de O diabo veste Prada, a mulher arrasou!
A isso não é de agora, pra citar alguns apenas: A escolha de Sofia ( bááááárbaro!!) , As pontes de Madison ( dispensa comentários), As Horas ( o filme em si cansa um pouco, mas ela brilha!!), Entre dois amores, Mamma Mia! - ela simplesmente está fabulosa nesse musical sobre o ABBA - e Kramer x Kramer, e mais um monte .
Essa é do tipo salva qualquer produção! Ela pode fazer papel de árvore e mesmo assim vai ser ótima!

Em suma, o filme é excelente. O diretor demorou 20 anos entre suas duas produções, e quem as viu nota um amadurecimento. Se ele levar mais um tempinho para o terceiro filme e continuar crescendo, sorte nossa! Fiquem de olho nesse moço.

Pra completar - o quarteto de atores do filme foi indicado ao Oscar deste ano. Philip - ator coadjuvante , Viola e Amy - atrizes coadjuvantes e claro, Meryl - melhor atriz.

Ah, e quem souber de algum papel ruim que "essa tal" de Meryl Streep tenha feito na vida, pelo amor de Deus me avise!

beijos