23 de setembro de 2009

Falando grego, inglês, russo... sei lá!

Tá. Todo mundo está careca de saber que eu gosto, e gosto mesmo, de comédias românticas. Me desculpem quem não curte, mas eu amo um filminho mamão com açúcar, daqueles bem melados que depois que a gente vê, fica até com medo de ser engolido por formigas.
Na semana passada eu fui fazer uma maratona de cinema, tiro ao menos 1 dia no mês para ver (no mesmo dia) dois ou três filmes. Lá estava eu, acabada depois de ter visto o Anti Cristo (a tão pôlemica película de Lars Von Trier) que ao sair da sala dei de cara com um cartaz lindinho, todo colorido, com o seguinte nome: Falando grego. Resultado? 5 minutos depois lá estava eu, de volta à sala de cinema. Ah, vou deixar o comentário do filme do Lars para minha sócia Bruna (certo sócia???).

Então vamos lá. Falando Grego (My life in ruins, EUA/Espanha 2009) é sim uma comédia romântica. Nia Vardalos (aquela mesma do Casamento Grego) é Gerogia, uma americana de origem grega, que mora na Grécia e trabalha como guia turística em uma agência decadente. Detalhe: ela ama a história da Grécia e quer passar isso para os turistas que, por outro lado, só querem tirar fotos e comprar bugigangas.

No meio disso tudo, junte um senhor experiente (Richard Dreyfuss - uótemo), os mais caricatos turistas (quem viajou em excursão vai se identificar e muito) e um motorista quietinho , meio bicho do mato que vira príncipe (AFE!!) no final.
Previsível? Sim. Batido. Talvez . Mas isso tudo não tira o mérito da produção que garante ótimas risadas e momentos agradáveis , não importa a companhia. Ah, e você ainda vai perceber uma crítica ao consumismo desenfreado e vazio. A turma no berço da civilização agindo como se estivessem na 25 de março! História que é bom , nada! A gente quer é gastar!

Tudo bem, tenho certeza que há quem diga que o roteiro é batido, no fim tudo acaba bem, que na vida não é assim, mas quem foi que disse que cinema tem que ser cabeça o tempo todo! Pelo amor de Deus minha gente, filminhos do tipo "quero isso pra mim" são sempre super bem-vindos!

E digo mais, Nia Vardalos se especializou em histórias com ligações gregas. Quem viu o filme que a lançou Casamento Grego, sabe disso. A moça dirige, produz e atua. Super talento. Tudo bem que nesse último ela não lembra em nada a gordinha do primeiro filme, a não ser pelo final romântico.
Além disso tudo, ainda há as belas paisagens da Grécia, as cômicas situações dos turistas (cada tipo!) e a música super alegre que embala o filme.

Em suma, vale o ingresso! Super indicado pra ver com as amigas e sair de lá falando do espetacular Alexis Georgoulis (o motorista - google nele meninas!) espetáculo de revelação! Mas se você for com o "bofis" não tem problema também, depois você liga para as amigas rs!

É isso, me contem depois!



16 de setembro de 2009

Mordida com sotaque inglês

Eu sempre fui apaixonada por histórias de vampiros. Não sei dizer a razão, se pela curiosidade que esses seres despertam, pelo mistérios que emanam ou simplesmente porque no fundo, eu queria ser uma vampirinha! Nem vou dizer que ando surtando com série True Blod exibida pela HBO (super indico aliás) e que passo horas discutindo com um super amigo que, também ama os dentucinhos, diversas teorias vampirescas. Não é Robson!!!

Enfim, desde Bela Lugosi (seu Drácula de 1931 é fabuloso) as encarnações desses seres são as mais diversas, imperando um misto de sensualidade e fragilidade, seres que lutam contra sua “natureza perversa” (alguns nem tanto, né Tom Cruise?!?!?), e sempre, invariavelmente, se apaixonam por um humano.

Lá vamos nós para uma dica com sotaque inglês. Na verdade eu esperei demais pra escrever sobre esse filme, talvez estivesse esperando o fim da trilogia né, assim fica mais bacana e tudo mais. Mas vamos deixar de conversa fiada e irmos logo ao que interessa! A franquia americana Anjos da Noite (Underworld EUA,2003,2006 e 2009) é uma boa prova de que filmes com vampiros ainda rendem boas histórias.

O mote é esse: uma briga milenar entre vampiros e Lycans (lobisomens). Junte à isso um casalsinho ternura que (claro!) tem que lutar pra ficar junto, um chefe de vampiros mentiroso e o bandido que não é bandido. Pronto! Já temos uma super bacana e indicada trilogia.

O filme começa com essa guerra, a vampirinha que narra a história se chama Selene (Kate Backinsale) e explica como essa guerra começou, como vivem os vampiros de hoje e dá uma boa passada na história dessa rivalidade. Até que ela descobre que Lucian (Michael Sheen suuuuper versátil) , o chefe dos lycans está vivo e atrás de um humano (todos pensavam que o totó já havia sido morto).

Basicamente no primeiro filme descobrimos que ninguém é o que parece ser, o bom não é bom e muito menos o bandido é bandido. Em 2006 vem a segunda parte, Anjos da Noite – A evolução- que continua na pegada de ação do primeiro, com ótimos efeitos visuais e personagens cheios de história pra contar, não só pêlos e dentes mas muito conteúdo. Nos dois primeiros, a direção é de Len Wiseman , marido de Kate (que largou Michael Sheen nas filmagens do primeiro filme pra ficar com ele) que soube levar bem a produção.
Tem alguma coisa nela que encanta até quem não gosta desses seres. Não chega ser assustador, é interessante eu diria. Daí em 2009 temos Anjos da noite – A Rebelião.

Lembra quando eu disse que o bandido não era bandido. Pois bem, ele ganha um filme só pra ele pra contar como, de verdade, começou a rivalidade entre vampiros e lobisomens. Lucian era apaixonado pela filha de Viktor (o ótimo Bill Nighy) chefe dos vampiros. É claro que eles não poderiam ficar juntos né, daí o pai ,literalmente, manda a filha pra forca , mata a mocinha só pra que ela não misture as espécies (ela estava grávida). O probrezinho do Lucian é forçado a ver sua amada queimar (no sol) e se desfazer em cinzas. Antes de tudo isso , os lycans eram escravos, como cães de guarda dos vampiros. Depois disso há o levante e a turma resolve ser independente.

Daí é muita mordida, arranhão, sangue e por aí vai. Sensacional. E sim, essa história que narra a origem é a última das três produções (qualquer semelhança com George Lucas é mera coincidência).

Os filmes são muito bem amarrados, as continuações se valem de pistas e memórias mostradas nos anteriores para criar novas histórias e explicar outras coisinhas. Sem falhas. Sem contar minha gente que, seguindo a tradição os vampiros e lobisomens enchem a tela (grande ou pequena) de peitorais bem definidos (meninas confiram!!) e corpos per-fei-tos!

Fora isso, é difícil mas esqueçam as obras de arte de carne e osso, o filme é um prato cheio para fãs dessas histórias ou simpatizantes apenas. "Tudibão" vampiros e lobisomens com sotaque da terra da Rainha!

Na minha opinião destaque para Michael Sheen, ator britânico de teatro que tem encarado ultimamente os mais diversos papéis. Kate causa inveja naquela roupinha de couro e Bill Nighy , sem comentários! Não lembra em nada o roqueiro cômico e decadente de Simplesmente Amor. Fabuloso!

Ah, Robson esse post é em sua homenagem. Esse cara é phd em assuntos vampiríristicos rs rs

Me contem depois!

9 de setembro de 2009

É no Divã que as coisas acontecem


Vira e mexe entra em cartaz filmes que são direcionados ao público feminino. Na maioria das vezes é aquela coisa sobre adolescentes, universidade, primeira vez, decepção amorosa, mãe e filha, enfim, os leitores, principalmente as leitoras, sabem do que estou falando. Como minha sócia tem destacado bastante as produções nacionais achei que seria digno contribuir, ainda mais depois de ter a excelente surpresa ao assistir Divã (José Alvarenga/2009/Brasil).

O filme conta a história de Mercedes (Lília Cabral), uma mulher na casa dos 40 anos, casada, com dois filhos, que vive como uma cidadã comum da classe média. Em um belo dia ela resolve procurar um psicanalista e ao chegar no consultório do terapeuta nem sabe os motivos que a levaram até lá, até que quando começa a tagarelar não para mais e a partir disso as transformações em sua vida acontecem.

A personagem questiona o casamento, a realização profissional, a morte prematura da mãe, os cuidados do seu pai, e expõe inúmeros sentimentos que talvez ela nem tivesse conhecimento. O divã proporciona uma experiência única de autoconhecimento e Mercedes percebe que leva uma vida morna, e como diz uma amiga minha, água morna não serve nem pra fazer chá.

A jovem senhora de vida tradicional surpreende a todos – que inclusive a subestimavam por ser tão certinha -, e resolve se entregar aos prazeres, realizando suas vontades e desejos, traduzindo para o bom português, ela vai aproveitar a vida que nunca se permitiu aproveitar (a redundância é proposital)! Nessa mudança radical, Mercedes se apaixona por um rapaz mais novo, trai o marido, se separa, se decepciona por amor, vai em uma balada gay, muda o figurino, pede conselhos para a filha adolescente da amiga, corta o cabelo com a seguinte frase: - repica Rene, repica tudo (risos), entre outras loucuras.

Outro ponto importante no filme é o relacionamento dela com a amiga Monica. As duas são completamente diferentes no quesito personalidade e pretensões, mas mesmo assim são cúmplices e debatem diversos assuntos como sexo, casamento, realização, traição, etc. Monica é casada, vive em uma bela casa, tem filhos, é super ciumenta e vaidosa e afirma que a vida que leva é tudo o que sempre sonhou (casar e construir família). Já Mercedes não compreende como a amiga se contenta com isso e deixa a entender que falta outro tipo de realização para que uma mulher seja completa.

O filme não é composto só de cenas engraçadas. Em diversos momentos enquanto a Mercedes está no Divã, fica aquele clima sério no ar e ela toca naqueles assuntos que são casca de ferida para qualquer um, que só de pensar já bate uma deprê. Sem falar quando o foco da terapia passa a ser a superação de uma perda, garanto que rolam lágrimas.

Na minha opinião, ao assistir esse filme fica muito claro a importância de nos conhecermos melhor e de certa forma respeitarmos nossas vontades, acredito que assim a felicidade se torna uma busca mais fácil.

O elenco conta com José Mayer, Reynando Gianecchini, Cauã Reymond, além de excelente fotografia e trilha sonora. O filme já está disponível em DVD para venda e locação.

3 de setembro de 2009

Viagem a Darjeeling

Amoooo roadie movies!! Filmes pé na estrada pra mim são sensacionais! Se tiverem aquela carinha independente ainda, ai meu Deus, já ganhou!

Agora faça a soma: pé na estrada + irmãos problemáticos + roupas coloridas + trilha da hora + Índia = Viagem a Darjeeling (The Darjeeling Limited - EUA 2007). O filme leva o nome do trem fictício onde a viagem de reconciliação dos irmãos Whitman começa. Deixa eu contar como é: São três irmãos que se reecontram 1 ano após a morte do pai. Nem é preciso dizer que o relacionamento deles é bem manjado né, ou seja, super problemático. Cá pra nós como todo relacionamento entre irmãos né, super interessante a convivência entre esse seres, é delicioso na verdade.

Então, Francis (Owen Wilson) é o mais velho, o cara bem-sucedido, mais experiente que resolver armar uma viagem pela Índia com os dois irmão para encontrar a mãe. No caso os irmãos são sabem que o final da viagem seria o abraço da mamãe (Angelica Houston) que está nas montanhas do Hiamalaia em uma missão católica agora e nem foi ao enterro do ex-marido.Temos também Peter (Adrien Brody) que vai ser pai e ficou meio "viciado" em objetos pessoais do falecido para guardar de recordação e o caçula Jack (Jason Schwartzman) que está passando por uma fase complicada com a namorada.

O diretor é o Wes Anderson e, se você gosta de acompanhar e comparar as obras dos direores (como eu faço) vai entender o que eu vou dizer. Em todos os filmes que vi desse cara, os personagens são riquíssimos e muito bizarros. Cada um é um filme novo, diferente, cheio de informação. Para cada personagem, um roteiro. Conforme embarcamos no trem a gente passa a conhecer melhor esses três. Francis quer desesperadamente voltar a falar com os irmãos, nesse processo muitas cicatrizes são expostas. Descobrimos, por exemplo, que Francis espatifou a moto numa tentativa de suicídio (a vida imita a arte, na real o ator tentou suicídio também), que Peter está extremamente inseguro com a paternidade e que Jack não se entende mesmo com a namorada. Isso tudo foras as situações típicas de irmão mesmo, aquelas coisas de um contar algo pra um irmão e não contar pro outro, falar mal e mais um monte que eu tenho certeza vocês que têm irmãos já fizeram (ou fazem né!).

As cores vibrantes das roupas usadas pelos três são ótimas também, dão aquela cara indie ao filme e já carregam a assinatura de Wes Anderson.

Quem se aventurar, tenho certeza de que vai se identificar com um dos três irmãos. Não tem como passar batido.Eu vou rasgar seda mesmo pro diretor sabe, descaradamente. Se a gente fosse desmembrar cada um dos personagens, teríamos 3 filmes totalmente diferentes. Isso é fato. Na minha humilde opinião , Wes é um dos mais criativos diretores da atualidade. Ele sabe como carregar de emoções seus personagens. Não sei, nesse filme apesar de serem distintos todos carregam uma certa melancolia sabe, encantador. E a escolha dos atores não poderia ser melhor. No fim é uma tragicomédia sobre relacionamentos familiares. A mãe deles é outra doida, não fica atrás.

Ah, ainda por cima tem um outro recurso que eu a-do-ro! Aquelas viagens nas lembranças dos personagens, o filme não segue uma ordem cronológica. A gente está vendo uma situação, de repente somos levados à outra época, quando o fato narrado ocorreu. Muito legal!

Enfim, pra quem não conhece nada desse diretor minhas dicas são: Os Excêntricos Tenenbaums e A vida marinha de Steve Zissou.Vocês vão ver que Viagem é cheio de momentos únicos, situações absurdas e diálogos muito cômicos. Para os mais curiosos, há um curta (nos extras do DVD) com a história Hotel Chevalier que conta melhor a história de Jack e sua namorada (Natalie Portman - sensacional).

Super recomendo minha gente!

Nota: Pelo amor de Deus, se alguém assistir Viagem a Darjeeling me explique o que o Bill Murray está fazendo lá! Eu juro que não saquei qual é a dele nesse filme... juro que não entendi. Me avisem!

beijos