Junte um adolescente de 15 anos que não gosta de estudar e tem péssimo desempenho escolar e um pai que não sabe muito bem o que fazer e permite que o filho abandone a escola impondo uma condição: que eles assistam juntos 3 filmes por semana indicados pelo pai.
Essa experiência real resultou no Clube do Filme, ótimo livro lançado pela editora Intrínseca. O autor canadense David Gilmour relatou essa vivência com o filho e abordou assuntos que interessam não só os amantes da 7ª arte.
Os filmes escolhidos são bárbaros, muitos conhecidos do grande público, outros nem tanto. David não estabeleceu um critério de seleção, mas levava em conta o interesse do filho por determinados temas ou um sentimento do momento, quando por exemplo o jovem estava sofrendo por terminar com uma namorada e o pai poupou cenas românticas e criou um módulo só de terror.
Antes de cada sessão o autor faz um relato breve explicando a história do filme ou do diretor, pede atenção em determinada cena ou conta alguma curiosidade sobre a película exibida e depois faz a pergunta final: E aí o que você achou? Muitas vezes a opinião do filho desapontava e eu acho que esse fator foi bastante positivo para a história toda, pois promovia a discussão e o debate sobre os personagens, roteiro e direção.
Esse período de sabatina do cinema aproximou bastante Gilmour do filho e criou uma relação de confiança entre os dois que passaram a compartilhar experiências, ideias e vivência. É interessante perceber a visão do pai sobre o futuro do filho, o medo de ter tomado uma decisão errada que transforme seu descendente em um marginal ou mesmo os conselhos que ele dá quando o garoto tem uma decepção amorosa. Esse relacionamento é bastante admirável e penso que muitos gostariam de ter o ombro amigo do pai e ouvir suas experiências e frustrações naqueles momentos em que parece que nada mais vai dar certo.
Ah, não percam as Cineopses que Gilmour oferece sobre clássicos e atuações, a meu ver são verdadeiras aulas e prepare-se pois você vai ler muito sobre Clint Eastwood, Hitchcock, Jack Nicholson, Sharon Stone, Woody Allen, Marlon Brando, Tarantino, Scorsese, Mastroianni e por aí vai.
Super indico o livro, que em uma visão de menina pode ser traduzido como o Clube da Luluzinha Masculino. Tenho certeza que assim como eu, o leitor que gosta de falar sobre cinema e coisas da vida vai “consumir” o book em pouquíssimas horas.
2 comentários:
Arrasou sócia! Eu já peguei emprestado para ler, mas se você super indica, não tenho dúvidas de que vou gostar!
ótima Cineopse!
beijos
As recomendações são muito boas, vou conferir e volto pra contar
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