13 de março de 2009

Tá com medo? Parte final

E para terminar a sexta 13 ....

3 - Os Outros - (The Others / Los Otros, Espanha / EUA / França, 2001) Um dos meus subgêneros preferidos dentro do horror é o que trata de fantasmas e casas mal-assombradas. De exemplares dos anos 50, de figuras importantes como o diretor Willian Castle e o espetacular Vincent Price, a maravilhas dos anos 80 como O Iluminado ou Poltergeist. Mas nenhum deles se compara a Os Outros. E pensar que se não fosse Tom Cruise o filme não existiria. Isso porque Tom “queria porque queria” re-filmar Abra Los Ojos (que se transformaria em Vanilla Sky), que era do espanhol Alejandro Amenabar. Então, o diretor lhe disse: “Ok, Tom. Te passo os direitos, mas a Cruise/Wagner (produtora de Cruise) produz um filme novo meu chamado Os Outros”. Tom Cruise respondeu: “Fechado, mas você coloca minha mulher no filme?”. “Claaaaro”. E deu no que deu. Inclusive, Nicole Kidman concorreu ao Globo de Ouro contra ela mesma por Os Outros e As Horas.


Opinião:


É coisa de gosto. Para mim, Os Outros é melhor do que qualquer outro filme de casa mal-assombrada, pois tem todos os ingredientes que o faz (quase) alcançar a perfeição: uma casa estranha, personagens misteriosos, um segredo guardado no porão, uma presença fantasmagórica (ou não) e um final surpreendente e delicioso (e o único que apresenta o outro lado). Não bastasse tudo isso, o filme é criativo, inteligente e tecnicamente primoroso. A sacada de fazer com que o pano de fundo fosse a Segunda Guerra Mundial e – de certa maneira – ser esse o motivo para o desfecho cruel e ao mesmo tempo alentador é ambiguamente preciso e convincente. Aliás, o filme termina e ficamos com ele na cabeça por um bom tempo. Você não sabe se julga a atitude egoísta ou se entende o motivo. De qualquer maneira, no final saímos mesmo é satisfeitos e orgulhosos de ter visto esse preciosidade do gênero.


2 - O Exorcista - (The Exorcist, EUA, 1973)

E olha o diabo aí de novo. Só que, enquanto em O Bebê de Rosemary ele foi carinhoso e fez um “belo” neném na moça... em O Exorcista o cramunhão faz um estrago e tanto. Que diga a jovem e doce Regan (Linda Blair, excepcional). A garotinha, que vive com a mãe divorciada, começa a ter sintomas estranhos. Aos poucos, sem mais esperanças na medicina, a mãe decide que é o caso para tentar uma ajuda divida e, para isso, chama o padre psiquiatra Damien Karras. O padre, então, logo percebe que o problema é pior do que imaginava e recorre à igreja, que envia o exorcista padre Merrin. Ambos vão lutar contra o “coisa ruim”.

Em 2000, o filme teve sua reestréia nos cinemas com a versão do diretor. E se a versão original é pesada, imaginem a do diretor. Pois bem. Digo a vocês que talvez tenha sido uma das minhas melhores experiências cinematográficas. O Exorcista no cinema é coisa para gente grande.


Opinião:


Coisa para gente grande mesmo. Mas não pense que é por conta das fortes cenas de exorcismo, cabeça virando ao contrário, vômito verde ou aquela coisa do crucifixo. Isso também, vai. No entanto, O Exorcista é muito mais do que um filme de horror, ele é um drama intenso, que trata sobre as inseguranças do Padre Karras e, com elas, as dúvidas sobre suas verdadeiras capacidades, que, por conseqüência, traem sua fé. É preciso notar essa intenção para apreciar o filme sem medida. Adulto.

A adaptação, roteirizada pelo também diretor do filme William Peter Blatty venceu o Oscar de roteiro adaptado e som, e ainda foi indicado a outros oito Oscars, entre eles melhor filme, melhor diretor, melhor atriz (Ellen Burstyn) e melhor atriz coadjuvante (Linda Blair). Aliás, nunca nenhum outro filme do gênero concorreu a tantos prêmios da Academia. O que atesta a competência dessa genuína obra-prima do drama de horror.


1- Tubarão - (Jaws, EUA, 1975) - E eis então o número um da minha lista, o mais apavorante e tenso filme de horror já feito: Tubarão. O filme, adaptação do livro “Jaws” de Peter Benchley, alavancou a carreira de um tal Steven Spielberg e, com ele, a carreira mais bem sucedida de um diretor americano e um clássico impecável. O Tubarão em si é um bonecão mecânico de látex, com dentes de borracha, que bem dá pra perceber o quão falso é. Mas, não se deixe levar por isso. O jovem Steven Spielberg – que até aquele momento havia feito apenas o telefilme de sucesso Encurralado – conseguiu botar terror em muita gente (inclusive em mim) apenas com uma trilha sonora arrepiante (de John Willians), gritaria na praia, sangue na água e, às vezes, uma barbatana. Graças a Steven e seu Tubarão fiquei sem entrar no mar por alguns bons anos. Aliás, nem no mar, nem em lagoa, nem em piscina... e nem em banheira. Banho só chuveiro.

Opinião:

O grande mérito de Spielberg, porém, além de ter criado um filme ousado a partir de um clima absolutamente claustrofóbico foi ter orquestrado com maestria todas as partes essenciais que formam o todo: desde a trilha sonora avassaladora, as atuações espetaculares de Roy Scheider, Robert Shaw e Richard Dreysfuss, a condução da história e, finalmente, a interação com o tubarão de mentira que parecia que nunca ia funcionar. E foram muitos os problemas durante a produção (assistam ao Making Off, é uma aula grátis de como fazer cinema), mas Steven contornou todos. Jovem, promissor, competente, corajoso e visionário. Por essas “poucas” qualidades do novato diretor, Tubarão se tornou o que é hoje: obra indispensável, não só para o gênero de horror, mas para a história do cinema.


E fim de papo. Obrigado aos amigos Jason, Freddy, Chucky, Michael Myers, Hannibal, Norman Bates, Jack Torrance, Nosferatu, Dr. Jekill... ah... e, claro, obrigado também às duas garotinhas que me deixaram vir aqui e aprontar um pouco.
Encerramos nossa transmissão. Fiquem agora com a programação normal do blog. Boa noite e... não se esqueçam: olhem sempre para os lados. Nunca sabe-se o que está a espreita em uma sexta-feira 13.


Observação da Leila:


É isso turma!


Obrigada , Leandro!!


A gente adorou... e está com medinho também!



2 comentários:

Lelê Aracil disse...

Pois é.. acabei por comentar com outro perfil!
aquele blog é velho e eu nao atualizo mais! o blog certo e atualizado é esse:
http://pramodeque.blogspot.com

Beijinhos

Sons do Vodu disse...

Muito boa a lista!!