Gente, que chique eu aqui no Cineopses. Arraso! Mas agora vamos ao que interessa e que é o motivo de eu ter sido convidada para colocar as minhas letras por aqui: O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le Papillon, França/ EUA, 2007). Posso dizer que há muito tempo eu não me impressionava tanto com um filme como me impressionei com esse, do diretor francês Julian Schnabel. Algumas pessoas já haviam comentado o enredo desse longa comigo, mas não tenham dúvidas de que é preciso ver pra crer. Qualquer descrição ficará aquém do entendimento.
Bem, o filme conta a história do jornalista Jean-Dominique Bauby ( Mathieu Amalric), que aos 43 anos de idade sofre um derrame cerebral e, a partir de então, torna-se vítima de uma síndrome rara chamada “locked-in” - na tradução literal significa “trancado dentro” e no português claro, aqui entre nós, “desespere-se dentro do seu próprio corpo” seria bem apropriado. De uma vida social intensa, cercada de pessoas e eventos, Jean-Do (como o personagem é chamado pelas pessoas de seu convívio), que na época era editor da glamurosíssima Elle francesa, se vê confinado em um quarto de hospital e, ainda mais, preso dentro de seu próprio corpo e pensamento. Totalmente consciente de tudo o que acontecia ao seu redor, os movimentos do narrador-personagem ficaram limitados a apenas um: o piscar do olho direito.
Chocante. Durante a primeira meia hora do filme não conhecemos o rosto do personagem. Isso porque nesse tempo inicial, a câmera se comporta como se fosse a visão do próprio Jean-Do, turva e limitada e os atores encaram a câmera o tempo todo. Um trabalho impressionante que precisa ser visto para dar conta de sua totalidade. A gente se sente como se fosse ele, ali, sem poder fazer nada, sem se fazer entender, sufocadoooooooo. Ufa! Sinceramente, tive a vontade de desistir três vezes pela agonia que me deu. Perguntei “mas vai ficar assim até o fim?” e senti muuuuita falta de ar (incrível!).
O alívio começa a chegar quando Bauby recebe a visita de uma fonoaudióloga que o ensina a se comunicar por meio do único movimento que resta a ele, o piscar do olho. A partir de uma seqüência de letras que ela diz, ele deve piscar quando chegar àquela que ele precisa para formar a palavra que deseja. E isso foi o que possibilitou a ele não se tornar apenas mais um objeto dentro do quarto, mas continuar, na medida do possível, conduzindo a própria história. Entre vários acontecimentos que se desenrolam, o personagem escreve um livro homônimo ao título do filme, “O Escafandro e a Borboleta” em que relata momentos importantes de sua vida, até chegar ao dia em que, subitamente, acordou imóvel em uma cama de hospital. O imagem do escafandro é escolhido por Jean-Dominique Bauby para retratar sua imagem corporal e a borboleta, a imaginação que não depende de nenhum elo para voar para onde quiser.
Mas, tudo isso é menos importante do que aquilo que somos levados a experimentar durante o filme: o grande amor de Bauby que jamais veio visitá-lo depois do acidente, a dedicação da ex-esposa que não o abandona até o dia de sua morte, os filhos que ele não pode mais abraçar, o carinho pelo pai que ele visitou pouco antes “daquela sexta-feira”.
O resumo da ópera é um filme emocionante, mas que não necessariamente fará você chorar, como não fez a mim. Mas, com certeza, vai te fazer pensar na vida e o que está fazendo dela. Ah, vai.
Beijo às autoras do blog e contem com a minha colaboração!
Esse texto foi escrito pela Gabi Albuquerque. Ela é jornalista, uma fofa e "colega de vício". A Gabi tem um blog com os amigos, que se chama "alho e óleo". Gostaram do post? Anotem os contatos dela: gabriela.jornalismo@gmail.com / alhoeloleo.blogspot.com
Obrigada Gabi!
Um comentário:
Bem -vinda Gabi.
Adorei seu post.
Tbem me senti angustiada quando assisti esse filme, a sensação era que eu estava dentro de uma bolha cheia de água que nunca estouraria.
Bjos
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