Eu demorei pra falar desse filme aqui, mas chegou a hora. Finalmente aconteceu algo que me fez tomar essa atitude tão nobre e tardia (rs!). Essa semana eu ganhei de duas pessoas lindas o livro que deu origem ao filme Na natureza selvagem (Into the wild, EUA 2007). É o diário de Christopher McCandless que depois de se formar resolve largar tudo e descobrir a natureza. O largar tudo é no sentido mais literal da palavra, só com uma mochila nas costas, sem dinheiro e com a cara e a coragem ele parte em busca daquilo que considera liberdade.
Chris é interpretado pelo sensacional Emile Hirsch que apesar da pouca idade já provou ser mais que um rostinho bonito. E é bem engraçado o que nós consideramos liberdade, a ideia que temos da tal felicidade.Isso fica muito explícito no filme, essa busca sem fim, essa angústia, esse anseio pelo novo.
Ah, antes que você pense que deve ser um puta filme sem graça, deixa eu dizer uma coisa. Quando Chris sai em busca desse ideal de liberdade, a reflexão que fica é: Quem é que nunca teve vontade de sumir no mundo? Sei lá, depois de levar um pé a bunda, perder o emprego, fazer a maior burrada da história, perder alguém querido, enfim são inúmeras as situações que já nos fizeram pensar nisso.
Nessa longa caminhada ele encontra diversas pessoas, faz paradas mais longas em determinados lugares, tem contato com muitas culturas diferentes e sempre escrevendo para sua irmã, que sofre aguardando notícias ao mesmo tempo que se alegra pela conquista do irmão. Nosso amigo fugia de uma carreira já planejada pelos pais, um futuro promissor e executivo nos negócios da família.
A trajetória desse desbravador é embalada por uma trilha fantástica composta por Eddie Vedder (do Pearl Jam) e tudo isso orquestrado pelo genial Sean Penn que aqui mostra mais uma vez que leva jeito e muito jeito para direção.
Ele soube com maestria mostrar a angústia do protagonista e a necessidade em sair em busca de aventura, necessidade de se conhecer mesmo, de saber que é possível viver sem ser escravo do capitalismo, do consumismo do "que quero isso".
O problema, e eu nem sei mesmo se é um problema, é que quando Chris decidiu o que queria fazer, idealizou a sua tão sonhada felicidade se trancou para o resto. O filme toca nessa questão delicada também, da ambição em alcançar um objetivo e se esquecer de todo o ambiente que nos cerca. Nesse caso família, amigos, amores e outros. Uma cena que mostra muito isso é quando ele encontra um senhor que já desistiu da vida estava , como diria Raul " sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar". Para os dois o encontro foi marcante.De uma lado alguém ávido pela vida, do outro alguém que já havia desistido há muito tempo. Esse conflito mexe com a gente, os diálogos, os argumentos e as defesas apresentadas por eles realmente fazem a gente parar pra pensar um pouquinho.
A paisagem nem preciso dizer é deslumbrante, e tudo isso foi registrado em no diário do moço, que como disse antes já virou livro. Ele enfim chegou ao lugar onde tanto queria, viveu as emoções que esperava mas... de repente não tinha ninguém pra dividar tudo isso. Quando nosso Chris se deu conta estava sozinho, com uma carga de emoções tremenda e o lápis já não bastava para extravasar as emoções. Infelizmente quando ele descobriu isso já era tarde. Em seu caminho, não soube separar as frutinhas vermelhas das mais claras. Fica a dica então, ambição é ótimo, querer crescer e melhorar é sensacional. Cultivar um ambiente e pessoas com quem se possa contar nessas e para essas conquistas é imprescindível.
Nota: quem ver o filme vai entender o lance das frutinhas vermelhas.
beijocas
Ah, antes que você pense que deve ser um puta filme sem graça, deixa eu dizer uma coisa. Quando Chris sai em busca desse ideal de liberdade, a reflexão que fica é: Quem é que nunca teve vontade de sumir no mundo? Sei lá, depois de levar um pé a bunda, perder o emprego, fazer a maior burrada da história, perder alguém querido, enfim são inúmeras as situações que já nos fizeram pensar nisso.
Nessa longa caminhada ele encontra diversas pessoas, faz paradas mais longas em determinados lugares, tem contato com muitas culturas diferentes e sempre escrevendo para sua irmã, que sofre aguardando notícias ao mesmo tempo que se alegra pela conquista do irmão. Nosso amigo fugia de uma carreira já planejada pelos pais, um futuro promissor e executivo nos negócios da família.
A trajetória desse desbravador é embalada por uma trilha fantástica composta por Eddie Vedder (do Pearl Jam) e tudo isso orquestrado pelo genial Sean Penn que aqui mostra mais uma vez que leva jeito e muito jeito para direção.
Ele soube com maestria mostrar a angústia do protagonista e a necessidade em sair em busca de aventura, necessidade de se conhecer mesmo, de saber que é possível viver sem ser escravo do capitalismo, do consumismo do "que quero isso".
O problema, e eu nem sei mesmo se é um problema, é que quando Chris decidiu o que queria fazer, idealizou a sua tão sonhada felicidade se trancou para o resto. O filme toca nessa questão delicada também, da ambição em alcançar um objetivo e se esquecer de todo o ambiente que nos cerca. Nesse caso família, amigos, amores e outros. Uma cena que mostra muito isso é quando ele encontra um senhor que já desistiu da vida estava , como diria Raul " sentado no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar". Para os dois o encontro foi marcante.De uma lado alguém ávido pela vida, do outro alguém que já havia desistido há muito tempo. Esse conflito mexe com a gente, os diálogos, os argumentos e as defesas apresentadas por eles realmente fazem a gente parar pra pensar um pouquinho.
A paisagem nem preciso dizer é deslumbrante, e tudo isso foi registrado em no diário do moço, que como disse antes já virou livro. Ele enfim chegou ao lugar onde tanto queria, viveu as emoções que esperava mas... de repente não tinha ninguém pra dividar tudo isso. Quando nosso Chris se deu conta estava sozinho, com uma carga de emoções tremenda e o lápis já não bastava para extravasar as emoções. Infelizmente quando ele descobriu isso já era tarde. Em seu caminho, não soube separar as frutinhas vermelhas das mais claras. Fica a dica então, ambição é ótimo, querer crescer e melhorar é sensacional. Cultivar um ambiente e pessoas com quem se possa contar nessas e para essas conquistas é imprescindível.
Nota: quem ver o filme vai entender o lance das frutinhas vermelhas.
beijocas
4 comentários:
Só posso dizer que essa resenha me tocou. Eis um filme que eu preciso assistir novamente, resgatar alguns diálogos e pensar em algumas cenas. Parabéns pela descrição e se tiver em casa me empreste.
Bjos,
Bruna
Esse filme é muito bom, pouco comercial, não teve muito destaque, até mesmo por ser muito parado.
1 - vale assistir por ser do Sean Penn
2 - Vale assistir por ter trilha sonora do Eddie Vedder
3 - Vale assistir pelas paisagens
4 - Vale assistir por ser um tema sério e muito pouco abordado nos dias de hoje
5 - Juntando os outro quatro motivos, vale a pena assistir o filme e ponto final.
Realmente um ótimo filme ... daqueles q no final vc começa a repensar alguns valores e atitudes ... muito bom mesmo ...
Mas assistam com alguém, que é para poder repassar a carga de sentimentos e pensamentos no final do filme :D
Bjos
Filme ótimo!
Foi um que me desceu meio indigesto, e eu fiquei digerindo, digerindo e digerindo durante dias.
Como diria um prof que eu tive "Sean Penn é intenso, cara!".
Vale o tema, a fotografia e a trilha sonora. Vale a frase final tbm...
Recomendo tbm a resenha que minha amiga Camila fez sobre o filme:
http://notasdeumapensadora.blogspot.com/2009/02/into-wild.html
Grande beijo
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