29 de junho de 2009

Cinema brasileiro bem visível

Tudo bem que de invisível a Luana Piovani não tem nada né. Aliás, não dá pra ser invisível linda daquele jeito, mas isso são outros quinhentos. Vocês não imaginam a alegria que eu sinto em ver uma produção nacional tão bem aceita por aqui. Ah, antes que eu me esqueça o longa em questão é o ótimo " A mulher invisível" (A mulher invisível, Brasil 2009). É claro que só por ter o Selton Mello no elenco o filme já vale , ao menos pra mim que sou fã, mas além disso a história é boa, as músicas são bárbaras e as atuações deliciosas.

A história a gente conhece bem, um cara achava que tinha uma vida ótima ao lado da mulher (Maria Luísa Mendonça) até ganhar um chapéu de touro dela e de brinde um pé na bunda. O coitadinho do Pedro (Selton Mello), romântico incurável entra numa deprê federal , três meses em casa no escuro , jogado para o deleite das traças apesar dos protestos de seu amigo galinha Carlos (Vladimir Brichita). Do outro lado da parede, sua vizinha Vitória (Maria Manoella) acompanha atentamente todos os ruídos do apartamento de Pedro , usando um copo na parede!!! A mulher é casada com um troglodita e sonha com o vizinho romântico do apê ao lado.

Enfim, quando tudo parecia sem jeito eis que uma gentil vizinha bate à porta de Pedro para pedir aquela xícara de açúcar. Tudo bem , se a vizinha não fosse Amanda (Luana Piovani). Linda, bem humorada, adora futebol, compreensiva, atenciosa e tudo o mais que você puder achar de adjetivos. Eles se apaixonam (sério???) e começam a viver uma linda história de amor. Perfeito não fosse por um detalhe: Amanda é fruto da cabeça de Pedro. Ela não existe! Junte isso à ótimas atuações, doses generosas de comédia e uma trilha sensacional e você vai ter uma comédia romântica brasileira de primeiríssima qualidade.

É muito legal ver como , apesar das piadas, a situação do Pedro nem é tão distante da realidade. Quem aí nunca sonhou com "o cara" ou a "mina" perfeitos? Que goste até daquelas suas manias mais absurdas e acha um charminho seu gosto por música brega!? Que te faz sentir intelectual por ler livros de autores impronunciáveis e autêntico por saber as coreografias do Sidney Magal completas! Vai pode assumir, isso é brilhante!!

Mais legal ainda foi ver que nem a mulher perfeita foi suficiente pra acalmar nosso protagonista. Isso porque, já disse uma querida leitora do Cineopse, "em nossa vida, tudo o que é perfeito é feio" cha-to!! Imaginem só! Nenhuma briguinha de vez em quando! Aquelas boas de se fazer as pazes depois!

A coisa vai que vai até que o Pedro volta pra realidade. Complicada, nem tão atenciosa muito menos compreensiva, mas a realidade né. Aquela que faz a gente acordar todas as manhãs pensando que dança vai ter que dançar hoje. Que papel eu vou ter que interpretar nesse dia. No fim, é isso que que impulsiona a vida. O desafio, a novidade, o perigo e o risco de ,de repente, esbarrarmos na pessoa perfeita. No homem invisível. Na mulher "Piovani".

Quem não viu ainda, corra pra ver. Quem já viu comente aqui!

beijos visíveis e estalados!






26 de junho de 2009

O Cineopse está em luto pela morte do Michael Jackson!


Ontem, recebemos com muita tristeza a notícia de que o Rei do Pop se foi.
Sentimos muito pela perda de um ARTISTA do porte dele, que cantava, dançava, interpretava, produzia e tinha lá suas excentricidades que davam um certo mistério sobre a sua pessoa.
Com sua música e carisma, Michael conquistou o mundo e quebrou alguns paradigmas raciais da época.
As meninas do Cineopse, que já dançaram muito ao som do cara prestam essa singela homenagem ao rei que nunca será esquecido. Ao cantor que inspirou multidões, que criou o "pop" que conhecemos hoje, que foi citado em diversos filmes e teve suas coreografias invejadas e copiadas por muitos (inclusive por nós, meninas do Cineopse).
A Leila afirma veementemente que ele não morreu, na verdade está em férias na casa do Elvis. O Michael entrou para a galeria dos "imorríveis".


25 de junho de 2009

Yes, Yes, Yesssssssssssss

Gente, eu preciso compartilhar.
Recentemente, enquanto viajava de avião, assisti um filme naquela telinha micro que tem no banco do passageiro da frente. Eis que estava sem áudio e com legenda em inglês. Mas como tinha um fator interessante, que conto logo mais, euzinha aqui resolvi assistir tudinho e gargalhar em alto e bom som (mesmo sem o som). Ah, tem um fator importante, não tenho mega master fluência em inglês, logo concluí que a comédia era realmente engraçada e o fator decisivo para que eu a assistisse era o personagem principal: Jim Carrey.

Tenho que assumir que sou fã dele e sei que é um clichê assistir comédias americanas do Jim Carrey, que faz caras e bocas all the time, mas pra mim ele já provou que é bom ator (daqueles que cantam, dançam sapateiam e ainda fazem suspense e drama). O filme em questão é Sim Senhor (Yes Man / EUA-Austrália/ 2008/ Peyton Reed) e ontem eu o aluguei para assisti-lo “de verdade”.

Jim Carrey faz o papel de Carl Allen, um cara meio desiludido e chato, divorciado de um matrimônio que durou 6 meses, tem um emprego em um banco naquele estilo corporativo ao extremo, vive locando filmes e ignorando chamadas dos amigos no celular, só pra não ter que falar com ninguém.

Eis que um amigo o convida para um tipo de culto de auto-ajuda, que tem como filosofia dizer SIM para tudo que aconteça ou te ofereçam. Carl participa desse evento e passa a dizer SIM a tudo, sem exceção. Pausa para observação: a cena em que ele está nesse encontro do SIM, é muito boa, o ator consegue transmitir muito bem aquela sensação que temos quando vamos a um lugar e não sabemos muito bem o que estamos fazendo ali, uma mistura de vergonha com quero ir embora agora.

Ao adotar a filosofia, a vida de Carl começa a mudar completamente e ele faz coisas que antes do SIM seriam impensáveis, como dar carona a um mendigo, aula de violão, de coreano, é promovido no trabalho, salta de bungee jump, organiza um chá de cozinha, conhece uma bela garota por quem se apaixona, a Allison (Zooey Deschanel), e por aí vai. Pausa para observação dois: O que é aquele chefe dele? O cara é o mais nerd de todos, chega a ser dolorido de tão cômico. Eu tive vergonha alheia em toda cena que o cara aparecia.

Com o passar do tempo, Carl percebe que dizer sim a tudo é um pouco cansativo e pode até ser prejudicial para sua vida e precisa sofrer um pouco para descobrir que o equilíbrio é o que faz a diferença.

Tem um outro momento que é ridículo, quando o casal - ah tinha esquecido de comentar, ele e a Allison fazem par romântico - os dois entram no aeroporto e compram passagem para o primeiro voo que está saindo, no caso era para o estado americano de Nebraska. O lugar parece uma cidade do interior e eles conseguem se divertir com tudo, como um passeio ao museu do telefone, uma visita em uma avícola, e até participam da torcida de um time vestidos e pintados de forma engraçada demais (repare na foto deste post). Quando disse que a cena é ridícula, não é pelo lado negativo, pelo contrário, mostra muito bem que quando queremos podemos transformar as coisas banais em legais e engraçadas. É aquela coisa de saber rir de si mesmo.

O interessante é perceber como uma simples mudança de atitude pode fazer com que as coisas melhorem na vida de uma pessoa. É óbvio que ninguém vai sair por aí dizendo YES para tudo e todos, ainda temos um pouco de noção, mas acredito que o simples fato de olhar a vida de uma forma um pouco mais positiva pode ajudar e abrir muitas portas. Ainda quero fazer um teste, calma pessoal, não vou dizer SIM a tudo - mesmo porque, morando em São Paulo, eu teria que andar com no mínimo R$100 na carteira para distribuir aos inúmeros pedintes da cidade diariamente -, mas sei lá, vou pelo menos anotar quantos “sim e não” eu digo em um dia e tentar fazer um balanço. Será que se a maioria das respostas fossem positivas de fato coisas boas aconteceriam? Ou o que importa mesmo é a maneira como encaramos a vida?
Ainda não sei, algum leitor se habilita a fazer o teste?

A propósito, o filme tem um fato curioso, é baseado em um livro de Danny Wallace, um jornalista e produtor britânico que respondeu sim a toda e qualquer questão ou proposta que lhe foi feita durante seis meses, essa experiência virou livro. Peço que se algum frequentador desse espaço já tenha lido a história, compartilhe as impressões conosco.

É isso aí pessoal, vamos ser mais YES!
Bjos,
Bruna

Nossa, tinha até me esquecido como era demorado escrever um post, *rs.

10 de junho de 2009

What would Jane do?

Estava pensando em fazer uma homenagem aos bravos corações que se unem em prol de uma relação chamada namoro. Para alguns, uma espera constante, para outros um período de recordações, boas ou ruins. Para outros ainda, o momento presente. Não importa em que grupo você se encaixa, esse texto é para você, amigo enamorado.

Já vou logo indicando um filme para o Dia dos Namorados, pra quem não for fazer outra coisa é claro.A produção chama-se O clube de leitura de Jane Austen (The Jane Austen Book Club, EUA 2007) e além de ser inidcadíssimo para os apaixonados é ainda mais indicado para quem, como eu, é super fã desta ma-ra-vi-lho-sa escritora inglesa, a Jane Austen. Na minha humilde opinião, ninguém nunca escreveu sobre relacionamentos tão bem quanto essa moça. Ninguém nunca explorou aspectos e tocou em pontos críticos como ela. Prova disso é que seus romances são até hoje muitos atuais e se encaixam perfeitamente nos nossos relacionamentos loucos da era moderna.

Enfim, voltemos ao filme.O longa acompanha a história de cinco mulheres que se juntam para formar um clube de leitura , para estudar as obras de Jane Austen. São seis livros, por isso um homem acaba fazendo parte do filme. A ideia é de Bernadette (Kathy Baker), que já passou por alguns casamentos e tem mais experiência que as outras, por ser mais velha conduz o clube. Com ela há Jocelyn (Maria Bello) solteira desde sempre, no seu coração só há espaço para seus cães, para ela relacionamento significa parceiros sexuais e nada mais. Sylvia (Amy Brennemann) e Allegra (Maggie Grace) são mãe e filha. A última é uma jovem gay em busca de emoção que volta para casa depois que seus pais se separam (Daniel , o pai, estava tendo um caso com outra mulher).

Nem preciso dizer que o mundo de Sylvia cai depois de ver seu marido jogando 20 anos de casamento no buraco.A última mocinha é Prudie (Emily Blunt) minha predileta. Professora de francês , nunca foi para a França , é casada com um cara bem diferente dela, ela é meio metódica age como se fosse francesa, é melancólica e cínica. Enfim, Sylvia e Jocelyn são muito amigas, depois da separação Jocleyn tenta arranjar um "carinha" para sua amiga, aí se junta ao clube o Grigg (Hugh Dancy), um nerd louco por ficção científica e que só anda de bicicleta. Ah, nunca leu um livro da Jane.

A ideia é cada pessoa com um livro (6 pessoas para 6 livros) a cada mês uma reunião para discussão das obras. Durante esses encontros, a gente acompanha a vida de cada um desses personagens, como se eles fossem o centro das histórias contadas nos livros.O filme trabalha de um jeito muito legal isso, nossos protagonistas se misturam aos personagens de Jane. O bacana é a conclusão que o filme deixa, no fim das contas,relacionamentos são todos iguais.

É claro que as diferenças se manifestam nas características de cada um de nós (os envolvidos), na maneira como encaramos esse relacionamento, mas os dramas vividos, as causas das brigas, os sentimentos gerados são sempre os mesmo, É incrível. Jane Austen nunca se casou, reza a lenda que ela se apaixonou profundamente uma vez, mas não conseguiu ficar com seu amor. Depois disso permaneceu sozinha até sua morte. Mas sua sensibilidade ao falar dos relacionamentos é encantadora.Quem nunca leu um livro dela vai ver no filme que as situações expostas são as que você vive diariamente. Esse grupo de pessoas rege a vida com uma pergunta: O que a Jane faria?

É bem clara a diferença entre homens e mulheres, principalmente em se tratando de relacionamentos. Eu confesso que já vi o filme três vezes e me emocionei com as três. Ficava pensando, será que se todos soubéssemos sobre Jane Austen, seria mais fácil lidar com os relacionamentos? Ou isso é uma situação para a qual nunca fomos e nunca seremos preparados? Eu tenho tendência a acreditar na segunda opção, a gente evolui, o tempo passa mas relacionamento continua sendo o "X" da questão.

Entender , principalmente quem a gente ama, é trabalho para mestres. Por exemplo, quem é que me explica por que duas pessoas se amam e não conseguem ficar juntas? Se há amor, o que mais falta? Séculos virão e essa pergunta permanecerá sem resposta, certeza! É claro que com o passar do tempo e depois de dar muito murro em ponta de faca a gente aprende, mas mesmo assim, quase nada muda. Quer ver?

Você passou por um relacionamento, começou tudo lindo, durou um tempo mas quando terminou, ficou mágoa e muita dor. Você passa por esse momento fossa, chora, quer se matar , promete nunca mais se apaixonar, engorda, emagrece e se recupera. Depois, contando para amigas você escuta o seguinte: " bem pelo menos agora você aprendeu".Mentira!! Aprendeu nada!!! Você jura de pés juntos que nunca mais vai se apaixonar, daí aparece um mané e pronto, lá se foi todo o aprendizado pelo ralo. E lá vamos nós outra vez.

Eu digo isso de nós , menininhas né, não sei como é o processo com os menininhos. Tenho alguns exemplos mas não posso compará-los, afinal meus amigos são sempre diferentes dos outros homens, pelo menos pra mim. Um graaaande amigo que eu amo muito está passando por uma fase cruel no relacionamento. Está nessas de " a gente se ama mas não vai ficar junto". E eu digo o quê?? Vá ler Jane Austen? Gente do céu, pelo amor de Deus, quando a gente vai aprender!?!?!? Alguém me ajude!

Bernadette, Sylvia, Allegra, Jocelyn, Prudie e Grigg aprendem a lidar, ao menos temporariamente, com suas emoções. O filme tem final feliz, o amor triunfa e a gente aprende a ver outros lados desses relacionamentos. Vou além. acredito até que, uma hora ou outra , você vai usar algum conselho de Jane na sua vida. Para ela tudo sempre vai dar certo, nem que você sofra todos os capítulos, chora na maioria das páginas, no fim tudo se resolve.

É isso, beijocas!