14 de abril de 2013

The beauty inside

Ontem de noite fui surpreendida por uma série feita pela Intel e pela Toshiba para o youtube, chamada The Beauty Inside. É uma série social, como dizem, onde é possível a participação do espectador. Conceitos digitais à parte, o filme é um primor e é sobre isso que eu quero falar.

Alex (Topher Grace), o protagonista/narrador da história tem uma condição interessante: acorda todas as manhãs como uma pessoa diferente. No sentido literal da palavra. Vai dormir uma loira linda e acorda um senhor de 70 anos. Deita adolescente japonesa e acorda negro. No entanto, o interior de Alex permanece inalterado.

 A série, em 6 capítulos que eram lançados semanalmente na época, trata do valor da tal beleza interior.  Temos no início um cara que até curte essa condição, afinal rola um senso de liberdade, amanhã ninguém vai saber quem ele é mesmo. Depois disso, ele se apaixona por Leah (Mary Elizabeth Winstead) e daí a vontade passa a ser outra: ser a mesma pessoa, sempre.

Os curtas, de aproximadamente 9 minutos, são simples e a ideia era brincar com os espectadores, mostrando a diversidade das pessoas. Mas a mensagem é de uma força inacreditável. Ao se apaixonar ele questiona o verdadeiro sentido da tão falada beleza interior. Afinal,  como é possível que alguém se apaixone por quem eu sou por dentro sem gostar do que eu sou por fora?

Um embate épico uma vez que o cerne da beleza interior é justamente não priorizar o que somos por fora. Dá pra dizer que é um "A Bela e a Fera" para adultos, mas é contada de maneira tão doce e genuína que eu me apaixonei, de verdade. Pena não ter visto antes.

Fiquei pensando depois nas inúmeras tentativas desesperadas de fazer alguém ver quem eu era. Interessante isso. Alex chega à conclusão de que a beleza externa abre portas para a interna. Ok. Mas e quando não se pode contar com a primeira? Ou quando a primeira é tão gritante que não há lugar para a segunda?

Outra coisa bacana é o poder dos interesses. Por mais bizarro que possa ser, sempre haverá alguém com os mesmos gostos estranhos que a gente. O problema é encontrar esse ser, mas daí já é outro problema. Leah e Alex são apaixonados por antiguidades. A história das peças vendidas na loja de Leah é o que une os dois.

Dá um certo aperto quando ele se dá conta de que ele a verá novamente, mas ela nunca mais o verá, afinal ele não repete "corpo", acorda sempre diferente. Medo corrosivo de perder a pessoa que tanto mexeu com a gente. Quem nunca né!?

Bem, vejam os vídeos que vale muitíssimo a pena. É uma bela mensagem que vale a pena ser propagada. Deixo para vocês a tarefa de pensar no sentido dessa tal beleza interior. Acho que ela tem perdido espaço, infelizmente, nesse mundo doido que a gente vivo.

Ah, se alguém quiser saber, meus episódios prediletos são o 3 e o 6. E ainda tem mais gente conhecida nesses capítulos, como o gracinha do Matthew Gray Gubler!

Eu dedico esse texto para os amigos abstratos, que assim como eu, valorizam uma boa conversa, gente que decora fala de livro, que carrega certa carga de cultura inútil, que vê encanto em coisas simples como frases de viaduto e por aí vai. Gente que acompanha como o mundo vai ficando cinza a cada dia que passa mas perde tempo tentando deixá-lo mais colorido, mesmo que seja com telefonemas, recadinhos e balas. Gente que insiste em tentar e que não fica mais em "banho maria". Gente linda, no sentido mais amplo da palavra.

beijos

Um comentário:

Silvia disse...

Beijos!