A vontade de ver Daniel Radcliffe fora do corpo do Harry Potter (que eu adoro!) me levou ao cinema hoje para conferir "A Mulher de preto" (The woman in black, 2012). Ah, o gosto por alguns sustos também contribuiu para essa decisão.
Vamos lá: advogado viúvo e com um filho vê sua carreira por um fio depois que a morte da esposa o desestabiliza emocionalmente. Decidido a reverter a situação, vai para o interior do país resolver uma encrenca de uma mansão cuja dona falecera recentemente.
O filme investe mais na atmosfera de suspense/terror que na ação em si. Imagine que não há nada mais aterrorizante que ser advogado, procurador ou investigador em filme de terror. E mais, não consigo pensar e paisage mais propícia para esse gênero que o interior ou litoral da Inglaterra. Cruzes! Arthur Kipps (Daniel Radcliffe) se enfia nesse fim de mundo pra tentar resolver a vida. A mulher de preto do título é o espírito perturbado que Kipps encontra no local.
Dos longas que a Hammer Films - produtora britânica famosa por seus terrores góticos na metade do século 20 - realizou desde que voltou sob nova direção em 2008, A Mulher de Preto é o que mais se aproxima da linha consagrada da Hammer. Talvez venha daí a impressão de que seja um filme à moda antiga, que se preocupada não só com a direção de arte sinistra e com sustos de vultos, mas principalmente com a tal atmosfera.
Outra coisa bacana do filme é a briga entre as personalidades, o choque cultural dos personagens. O enredo não é novo. Morador da cidade grande (Kipps é londrino) chega no interior e não leva muito a sério as crendices dos nativos. Se vale da razão para desvendar as misteriosas e fatais aparições da tal mulher de preto.
O diretor James Watkins fez um trabalho bem digno contextualizando o longa dentro desse estilo de terror, destacando bastante a melancolia dos personagens. Essa linha mais gótica do terror não se "assusta" tanto com o sobrenatural. A impressão que dá é que a turma se conforma com ele e torce pra não ser a vítima da vez. Vai entender né.
Depois de tudo isso conclui que filmes que mesclam bonecas de porcelana, crianças, cadeira de balanço e brinquedos bizarros não são recomendáveis pra quem tem medo da descarga do banheiro (longa história).
Em suma, vale o ingresso sim, o mocinho ex-Potter forever mandou bem.
Veja lá e me conte.
beijos
Um comentário:
O filme surpreendeu! Principalmente pelo final. Confesso que esperava um suspense pouco mais leve, mas o que tem ali é terror psicológico como há muito tempo o cinema do gênero - que se rendeu às mutilações da franquia Jogos Mortais - não fazia. Vale a pena!
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