14 de fevereiro de 2008

Eu sou sempre eu





Assim mesmo, eu sou eu e sempre serei eu, neste caso a gente vai pensar se isso é bom ou ruim, vamos lá.

Todo o santo dia, a gente sai de casa para encenar, não que isso seja ruim ou sejamos falsos, nada disso, o fato é que eu não sou em casa da mesma maneira que sou no trabalho, na faculdade, entre amigos, enfim... o ambiente faz o "ator".


Inevitavelmente todos nós as vezes queremos mudar, seja por que conhecemos alguém e queremos agradar a todo custo , ou cansamos de ser como somos não importa, cedo ou tarde a gente quer mudar.


Com a Toula foi assim! Ela é a protagonista da comédia Casamento Grego ( My Big Fat Greek Wedding, EUA, 2002). Sempre se achando o patinho feio da família, trabalha no restaurante dos pais, vem de uma família tradicionalmente grega e não tem a mínima idéia do que seja pente ou maquiagem. Sua irmã mais nova já é casada e tem filhos, seu irmão também vive cheio de pretendentes só a dona Toula( Nia Vardalos) que não muda. Isso tudo fora a cobrança da família, o pai repetindo incansavelmente que ela está gorda e nunca vai se casar e blá blá bla.

A família dela é digamos... exótica. Mas isso é coisa mesmo de tradição, todos muito animados, tudo é motivo de festa, dança e muita conversa em alto e bom som.


Um belo dia ela decide que quer mudar, se matricula em diversos cursos, conhece pessoas novas e muda de emprego. Ah, me esqueci de dizer que um dia, no restaurante dos pais ela vê um mocinho interessante, mas se esconde por já imaginar que não teria a mínima chance com ele. Depois dessa mudança todo nossa protagonista adquire uma boa dose de auto-confiança, e de repente não mais que de repente adivinhem quem ela encontra?

O próprio! Aquele mocinho interessante do restaurante, um bonitão chamado Ian Miller (John Corbett). Daí vocês podem dizer" já sei, ele se encanta por ela, se casam e vivem felizes para sempre!" e eu não vou dizer que não, mas o mote desse post não é esse e sim a nossa sempre desesperada tentantiva de mudar o que somos para não desagradar seja quem for.


A medida que os dois vão se envolvendo, Toula faz de tudo para esconder dele a ,digamos, alegria em alto nível, de sua família.

E vai me dizer que você nunca quis esconder alguma coisa sobre você com medo de que a outra parte se choque!?!?!?

Ah vá, isso acontece com todo mundo, a gente deixa de gostar de coisas pelas quais antes éramos apaixonados, começa a gostar de outras nada a ver e por aí vai.


E por que mesmo? Só pra atingirmos a perfeição imaginada pelo outro! Eu não vejo outra explicação, pra mim é isso mesmo, mas será que a gente já pensou que podemos conquistar sendo quem somos? E quando falo em conquista não é só amorosa não, estou falando de amigos, chefes, colegas e assim por diante.


No decorrer do filme, ela percebe que ele gosta dela, independente de suas tradições, sua família excêntrica e o tudo mais. E no decorrer da vida você também percebe que, quem está com você está por que gosta e dá pra separar aqueles que gostam mesmo, eu já percebi, independente de eu amar do Elvis, curtir as músicas mais estranhas e decadentes possíveis, gostar de filmes preto e branco e mudos, os mais estranhos que se possa imaginar, ainda assim tem gente que me ama ( a razão eu nunca vou saber, mas já dizia o Chicó não sei, só sei que foi assim!).


Eu tenho uma amiga que diz que se acha uma grossa, e por isso se afasta, bancando a Toula e tentando se esconder, mas se fizer uma pesquisa ( bancar o IBOPE rs rs ) vai ver que não é nada disso que pensam dela ( não é dona Cecília!!).


Vamo que vamo turma, assumam a sua essência e sejam vocês mesmos! Há muito encantamento em nós, e damos poucas oportunidades pros outros saberem pois sempre queremos ser outra coisa.


Eu já disse, eu sou assim e serei sempre assim, a gente se aperfeiçoa mas não muda essência, quem concorda levante a mão, eu levanto a minha! ( as duas inclusive)


Não misturem, mudanças são sempre bem-vindas mas não há código algum que dite que eu só sou uma pessoa culta se gostar de Vinícius ou Caetano ( nada contra!), que eu só sou fashion se usar Versacce ou que só sou interessante se ler Hemingway, posso ser tudo isso, sem gostar de nada disso, certo!


Que me descubram agora e me aceitem assim!


um abraço,




Um comentário:

Equipe Semana em Foco disse...

Leila

Sabe que esse filme "simples" sempre me encantou, justamente por isso, por mostrar o quanto a essência é importante e o quanto as pessoas que querem nos fazer diferentes são superficiais...Já assisti váárias vezes (e sempre que passa na TV, assisto de novo) e sempre me encanto...
Como eu sempre digo: não esperem tanto de mim assim !! Eu só sou eu...rs
Beijos
Telma - Anhembi