Quando anunciado pela Warner, Esquadrão Suicida
parecia uma aposta ainda mais ambiciosa do que juntar a famosa Trindade da DC (Mulher-Maravilha,
Batman e Superman). Contudo, a pressão dos fãs xiitas é consideravelmente
menor, uma vez que não se trata diretamente de um filme com os medalhões da
casa, ainda que estejamos falando de uma superequipe criada lá em 1959 e com
décadas de histórias e reformulações.
E essa atmosfera despretensiosa fez com que a produção
fosse para frente e gerasse, no mínimo curiosidade para assistir. Eis então que
o filme, escrito e dirigido por David Ayer (Marcados para Morrer e Corações de
Ferro) chegou às telas neste mês de agosto.
A premissa é a mesma da HQ: um grupo de supervilões é
reunido pela chefona Amanda Waller (vivida pela impecável Viola Davis) para
lidar com uma ameaça extrema que, por alguma razão, o governo dos EUA não quer
a Liga da Justiça ou qualquer outro super-herói envolvido. Se voltarem, ganham
redução nas penas e certas regalias, se alguém morrer, bem, ninguém vai saber
ou sentir falta. Todos mantidos na linha por Rick Flag (Joel Kinnaman, da série
The Killing e o Robocop do brasileiro José Padilha), pela anti-heroína Katana
(Karen Fukuhara) e por micro explosivo implantado na cabeça.
A missão
Passadas as apresentações do início do filme, as cenas
a seguir mostram o recrutamento, muitas vezes feito a contragosto dos vilões. Depois, Amanda Waller explica a missão de maneira rápida e sucinta.
Tudo que é divulgado é que se trata de uma missão de resgate - da qual apenas Flag
tem todos os detalhes - em uma cidade previamente evacuada e que quem voltar
vivo será recompensado, ao mesmo tempo que tentativas de fuga serão punidas com a morte.
A Arlequina de Margot Robbie desequilibra |
Contar mais sobre a trama e os fatos a partir daqui atrapalha
a diversão de quem for assistir, mas o que se segue são sequências de ação
divertidas e coroadas com uma trilha sonora de extremo bom gosto. O ritmo do filme é um pouco corrido, mas essa acabou sendo uma boa decisão, pois passar a impressão de que os fatos acontecem em tempo real dentro de uma única noite
ajuda a posicionar o espectador em uma situação que deve ser resolvida
rapidamente.
Outro ponto positivo é a presença de outros heróis da
DC. Se em Batman v Superman essas aparições não passam de meros easter eggs sem propósito – com exceção
da Mulher-Maravilha, claro – aqui elas tem papel importante e mostram que sim,
a Warner está empenhada em criar um universo compartilhado entre seus heróis no cinema, e
cronologicamente posicionado após os eventos do filme dirigido por Zack Snyder. As atuações
também não deixam a desejar e a Arlequina de Robbie ganha definitivamente o
coração do público.
Tropeços de refilmagem
Pouco é visto do Coringa feito por Jared Leto |
Quem perde com isso é o Coringa de Jared Leto. Alvo
das maiores expectativas do público, o palhaço do crime aparece pouco e com uma
atuação rasa, o que acaba sendo ruim para que o público saiba a que veio o
personagem de fato. Mais uma vez culpa dos executivos que parecem ter decidido
de última hora que o filme deveria ser mais família.
Mas, ainda que uma boa dose de despretensão seja
necessária para assistir, o produto final não compromete a diversão.
Esquadrão Suicida é uma película, que no mínimo, aguça a curiosidade para ver os próximos passos dos personagens da DC na telona, agora que todos
vivem sob o mesmo teto.
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