Meu Deus do céu, eu ainda tenho a "cachorra" de voltar a escrever aqui depois de eras!!! Juro que esse hiato nunca mais acontecerá, caros poucos mas fiéis leitores. O mais difícil no momento é escolher sobre quais filmes escreverei aqui. Afinal estive longe do blog mas não das salas de cinema. Mas vamos aos fatos. Já tenho ciência de que levarei algum tempo para colocar por aqui tudo que quero, mas tenho que começar de algum lugar.
Argo. Sim, ele, o tão falado longa de Ben Affleck. O filme se passa em 1979, durante um período chamado de Crise dos Reféns no Irã. Foi mais ou menos assim: o governo americano se recusou a entregar o xá Reza Pahlevi, deposto pelo aiatolá Khomeine. A galera ficou furiosa e invadiu a embaixada estadunidense fazendo 54 prisioneiros. Só que 6 camaradas conseguiram fugir e se esconderam na casa do embaixador canadense em Teerã.
Alguém tinha que fazer alguma coisa para tirar os coitados de lá e, por alguém, leia-se a CIA. Depois de muito se discutir chamam então o agente secreto perito em extração de pessoas (sim esse cargo existe) Tony Mendez (Affleck). Mais absurda que a situação e consequente missão da CIA é a ideia de Mendez: Fazer o mundo acreditar que produtores de Hollywood estariam em busca de locações exóticas para a gravação de um filme (ARGO) em terras iranianas.
Esse fato justificaria a entrada e retirada de pessoas do Irã. Afinal é puro glamour quando uma turma gringa chega pra gravar na sua terra não? Vou além, mais sensacional do que a ideia em si é a maneira como Mendez ajeita as coisas. A única verdade nessa história inteira é que há um plano falso. Escritório, produtores, coletivas de imprensa, enfim, tudo falsamente verdadeiro para preparar o terreno para essa ação.
Eram os anos 70 e tudo dependia do bom e velho telefone fixo. Não havia controle de imigrantes via tecnologia, o que explica o absurdo da operação. A ideia parece tão absurda quanto o filme falso dentro do filme baseado em fatos. Argo é uma ficção científica descaradamente copiada de Star Wars e que realmente circulou pelos corredores de Hollywood na época.
Apesar de difícil de acreditar toda a trama é baseada em fatos reais. Mas reais mesmo. O diretor faz questão de deixar isso bem claro mostrando fotos dos protagonistas reais, reportagens da época e outras coisas. Tudo pra garantir pra gente que não estamos sendo ludibriados.
É óbvio que há aquele "q" do patriotismo americano mas o bacana é que neste longa não se coloca os EUA acima do bem e do mal. Há uma introdução bem calçada que apresenta o momento político da época e a razão pela qual os militantes muçulmanos estavam tão "P" da vida com os ianques.
No entanto não espere um filme seríssimo pois, apesar de ser um drama, a produção está recheada de brincadeiras com os vícios da indústria cinematográfica. John Goodman e Alan Arkin fazem os colaboradores da CIA. Vale dizer que o personagem de Goodman, John Chambers, realmente foi informante do governo além de ter levado pra casa um Oscar de Melhor Maquiagem por Planeta Dos Macacos em 1969.
Tudo conspira em favor desse filme. Uma excelente direção, um roteiro bárbaro e um super time de atores e produtores. Aliás, Ben Affleck é um cara singular mesmo. Amadureceu de uma maneira assustadora como pouco se vê nesse mundo da sétima arte viu. O cara que dirigiu esse filme não é o mesmo que encarnou Matt Murdock em O Demolidor dia desses ou deu um pegas na Jennifer Lopez. Nem o mesmo A.J Frost de Armageddon. Esse Affleck é um diretor promissor, com um toque super autoral em tudo que faz e muito sábio e competente em suas escolhas.
Pronto, falei demais mas valeu a pena. Certeza de que se você for ver esse filme vai me dar toda razão! Algumas fichas minhas estão com certeza nele para a premiação deste ano! Confira lá!
beijo
Um comentário:
Eba! Bem-vinda de volta no blog! :) Adorei o post (mais do que o filme... hahaha!). Gosto do Argo, acho um ótimo filme, mas, para mim, ele pesa a mão um tanto em algumas passagens. Mas concordo: ele está na frente na corrida pelas premiações, né?
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