
Ryan Bingham (Clooney) é o cara contratado pelas empresas para demitir seus funcionários. Extremamente metódico, avesso à relacionamentos e totalmente desapegado , sua única ambição é ser o 7º passageiro a acumular 10 milhões de milhas na companhia aérea. O moço passa 90% do ano voando pra lá e pra cá, entre demissões e quartos de hotéis. Sua vida muda depois que é obrigado a carregar consigo a nova contratada da empresa onde trabalha, a jovem Natallie (a ótima Anna Kendrick) cheia de ideais e sonhos. Daí pra frente é lidar com a jovem impetuosa e com o interesse que Alex (Vera Farmiga) lhe desperta. Sua versão feminina, é alucinada por cartões e milhas aéreas também.
Em suma é isso, mas o filme trata de um assunto mais, digamos, sério: solidão. Na verdade tudo gira em torno desse sentimento, todos os passos de Ryan são direcionados por isso é eu confesso ser bem angustiante quando nos damos conta de que o protagonista realmente acredita em suas palestras que dizem que relacionamentos, de qualquer jeito, são extremamente dispensáveis.
O longa traz um pouco do cinismo de "Obrigado por fumar" e a inocência de "Juno" também dirigidos por Reitman e se engana quem pensa que é mais um filme de Clooney charmosão e vazio. Na pele do protagonista ele passa bem o vazio do personagem, a alegria quando lhe é dada uma segunda chance e o desespero quando as coisas não dão certo. Humor na dose certa com pitadas de sarcasmo.
Não acho que leve a estatueta de melhor filme ou ator mas vale muito a pena conferir. É daqueles de deixar a gente pensando depois, em nossos relacionamentos ou nosso isolamento, as pessoas (ou a falta delas) e dá até uma tristezinha ao sair da sala. Depois de muito pensar resolvi classificá-lo aqui no Cineopses como drama. Vocês também terão dificuldade em encontrar uma categoria para a produção.
As duas atrizes também indicadas para o prêmio de coadjuvantes , são grandes achados. Uma já vem fazendo sua história de longa data. Vera Farmiga já brilhou em "Os infiltrados" também lembram? Era a psicóloga que teve um caso do DiCaprio e a outra, Kendrick, é o que melhor surgiu da saga Crepúsculo (a amiga da protagonista). A mocinha tem futuro.
Jason Reitman também está deixando sua marca com filmes leves , gostosos de assistir mas cheios de questões delicadas, contadas de uma forma "jeitosinha". Quem ver, a primeira impressão é que se trata de mais uma comédia romântica. Se baixar a guarda vai ver que é só uma história atraente pra chamar nossa atenção pra um fato triste: estamos cada vez mais sós. No fim das contas, é sim um filme triste e riquíssimo em mensagens. Indico!
beijos
3 comentários:
Eu gostei de 'Amor sem Escalas', ainda que não seja a melhor tradução literal para 'Up in the air'.
Li que algumas pessoas que fizeram ponta no filme realmente estavam desempregadas e viram uma oportunidade para darem seus depoimentos, desabafarem e falarem tudo aquilo que não disseram para o chefe no momento da demissão. Tudo isso reflexo da recessão econômica.
É, realmente, deu uma tristezinha quando sai da sala do cinema.
Filme bem loco! uma forma hollyoodiana(se é que se escreve assim) de criticar a crise mundial e os que a criaram, mega-empresários que pouco estão ligando para os empregados como humanos e sim como produtos de seu negócio, máquinas.
E pra não perder a viagem, um romancezinho pra agradar quem não gosta de ir ao cinema só pra pensar em desgraça, rs
Boa resenha
João Pejan
Concordo com tudo o que escreveu no post, menos uma coisa, Clooney é o sonho de 10 entre 9 mulheres, já que eu não me incluo nessa,*rs.
Ótimo filme!
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