8 de dezembro de 2010

Meu caso com o cinema

Engraçado como a gente desenvolve laços com as coisas das quais gostamos né. Alguns hobbies são tão especiais que a gente dedica tempo, dinheiro, noites a fio pelo simples prazer de aprender sobre eles, melhorar, conhecer tudo o que há para saber.

Na semana passada eu fui ver o novo longa do Harry Potter (vai ganhar um post depois, pode crer). Cheguei no trabalho contando pra turma sobre o filme e blá blá blá mas comecei a pensar numa coisa. O HP é meu amigo. Eu vi esse menino crescer, acompanhei tudo a gente se conhece mesmo. Esse é um dos casos sobre dedicação que culmina em intimidade. Meu gosto pela telona é tanto, que toda a turma que faz parte dela, todo mundo que colabora para os sempre tão agradáveis momentos que passo diante dela, é parte da minha vida.

É que a gente cresce, assume novas responsabilidades e acaba priorizando outras coisas que nem sempre são tão prazerosas né. Já tive épocas em que minha vida era ler sobre cinema. Acompanhava tudo quanto era making off de filme que conseguia, palestras gratuitas (já cheguei a pagar também pq não?), livros, folhetos, almanaques, papel de bala, enfim, tudo o que pudesse me ensinar alguma coisa sobre a sétima arte.

Talvez hoje o meu tempo seja mais escasso mas o interesse com certeza é o mesmo. Eu choro quando o cinema perde alguém. Eu perco alguém também. Afinal já sonhei com atores, invejei atrizes, amei vestidos, curti músicas, me impressionei com cenários e fotografias, decorei diálogos e muito mais.

É claro que não gosto só de cinema, outras coisas também me atraem. Mas meu caso com ele é diferente, a gente se completa. Ele me seduz, me encanta, desperta em mim algumas coisas que só ele consegue. Já vivi momentos lindos naquela sala. Já chorei, senti medo, cantei, botei a cuca pra funcionar e viajei mesmo.

Eu confesso que sou bem tradicional com o ritual. Eu alugo filmes, empresto, baixo compro ,enfim, tudo o que puder para ver, mas nada substitui o prazer de ir ao cinema. Toda a emoção começa no guichê, tem um clima bom. Pegar a fila, procurar sua sala, torcer pra que haja um lugar bacana e que nenhum tagarela sem noção sente ao seu lado. Olhar pro lado pra ver se ninguém está te vendo chorar, segurar o riso pra não dar vexame, controlar a mordida pra não fazer barulho com a pipoca, desenrolar em doses homeopáticas a bala pra não atrapalhar ninguém, passar a sessão inteira com o saquinho de pipoca vazio sem amassar pra não ouvir vários "shhhh".... tudo isso é cinema!

Passar um ano lendo sobre um longa e esperar impaciente pela estreia é impagável! Tem coisas que definem você, no meu caso cinema é com certeza uma delas. Já fiz amizade com a galera da bilheteria de alguns cinemas na cidade. Já tenho minhas salas do coração também. Já fui uma semana inteira ver o mesmo filme, mudando de guichê pra mocinha não me reconhecer e achar que sou louca.

Mas eu não sou louca, eu gosto. Eu amo esse tal de cinema. Minhas experiências pessoais se confundem com as cenas que assisti. Já me perdi não tem mais jeito, o caminho é sem volta. Não tem mais rehab pra mim. Me arrisco a dizer que nesse vício eu faço questão de afundar.

E você, quer uma dose?? Tenho uns "baguio" da hora hein rs.

beijo

28 de novembro de 2010

RED - Aposentados e Perigosos

Panela "véia" é que faz comida boa já diziam os violeiros de plantão. Verdade, muito verdade. Diversão do início ao fim. Esse é RED - Aposentados e Perigosos (Red, 2010) que traz como protagonista Bruce Willis. Frank Moses (Bruce Willis) é um agente aposentado da CIA que leva uma vida sossegada, seguindo uma rotina meticulosamente definida e curtindo um namorico via telefone com a mocinha do seguro, a ótima Mary-Louise Parker.

Um belo dia nosso charmosão (e bota charmosão nisso minha gente) protagonista é surpreendido por assassinos em sua casa. A partir daí tem início uma caçada implacável desses agentes por Frank Moses. A ordem? Acabem logo com ele.

Entre tentar descobrir quem está port trás dessa ordem e a razão pela qual ele é o alvo, Frank vai atrás de seu antigo time dos tempos da CIA. Morgan Freeman, John Malkovich (hilário) e Helen Mirren (lindíssima) voltam ao campo depois de muitos anos para sentir a adrenalina e evitar que eles mesmso sejam mortos, já que também estão na lista da CIA.

O que se tem são situações hilárias e até mesmo absurdas. Se o intuito é diversão essa é a pedida certa, sem erro. O filme é a adaptação da HQ de Warren Ellis e Cully Hamner e tem tudo o que um filme de ação precisa ter: muitos tiros, perseguições, um time fantástico que lidera a ação e diálogos interessantes.

John Malkovich está sensacional como um agente neurótico que foi cobaia do governo por anos, Helen Mirren traz todo seu charme aristocrático para a matadora que hoje planta belas flores e Morgan Freeman diverte como o "velhinho" safado e quase imortal.

O longa ganha cara de história em quadrinhos por da estética fiel com cortes ágeis, enquadramentos elaborados e situações de ação que beiram o impossível.Com todo o elenco em excelente momento, o sarcasmo inteligente da produção tem direito a irônicas referências à era da Guerra Fria também. E o que quer dizer a sigla do filme? RED - Retired, extremely dangerous.

E, se mesmo assim cara colega (agora é de mulher pra mulher) ,você achar que não vale a pena o ingresso e que tiros são coisas de meninos, vou lhe dar um ótimo motivo para correr para a sala mais próxima e garantir seu lugar: Bruce Willis. Garanto que suspiros não faltarão pois o veterano careca está mais charmoso que nunca.

Não sei por que mas eu passei a maior parte do filme com calor... vai ver o ar estava com defeito né (rs!)

beijos.


20 de novembro de 2010

Atividade paranormal 2

Tem horas que eu me revolto com a síndrome da parte dois. Tem filmes que simplesmente não devem ter parte 2. não tem de onde tirar, não tem razão pra furar a história buscando ganchos pra sequência, não tem!! Não tem!!!!
Maldito capitalismo no mundo cinematográfico viu.

Enfim, semana passada tinha tudo pra dar certo. Cinema com amigos na expectativa de um filme de terror com sustos garantidos. Turma boa, cinema bom, só o filme não era. Atividade Paranormal 2 (Paranormal Activity 2, EUA 2010) já carrega no nome vários motivos pra gente ver, afinal o primeiro filme, de 2007, é incrível. Simples, mas assustador. Cumpre bem seu papel. Já o dois....

É como se fosse o início de tudo, tipo "onde tudo começou". Micah (Micah Sloat) e Katie (Katie Featherston) tentam ajudar a irmã dela que teve a casa assaltada. Nesse meio tempo descobrem que a casa ,na verdade, está assombrada por entidades malígnas. Câmera na mão e vamos descobrir a razão da bagunça. O filme se passa antes da morte de Micah (que foi no primeiro filme, se você não viu, me desculpe) e conta como a situação chegou ao ponte que chegou.

O problema é que o primeiro filme foi completo. Não havia nada deixado pra ser explicado numa sequência. O segundo busca ganchos estranhos pra justificar as ações. Na boa, não vi sentido algum para um segundo filme. Tem coisas mostradas lá que não me remeteram ao primeiro filme, fica a sensação de que criaram mistérios pra fazer o segundo filme ter sentido. E esses mistérios criados são estranhamente ligados ao primeiro longa, chega uma hora que tudo vira um bolo só e nada faz mais sentido.

Ou seja, toda a ótima sacada do primeiro perde a graça e é anulada pelo segundo longa. Se você não viu não perca tempo, é frustrante. Uma das graças do primeiro filme era se deixar levar pelo ambiente (câmera caseira, ambiente familiar) e levar vários sustos, viver a história do casal de verdade. No segundo os tempos já estão manjados, a lance da câmera que corre com o relógio já está óbvio e as várias tomadas seguidas onde nada acontece cansa o espectador.

É claro, você é pego de surpresa vez ou outra (afinal é um filme de terror) mas Atividade Paranormal 2, fica devendo aos fãs do primeiro filme. A apreensão é por conta da criança, que estrela o segundo longa. E só.

Enfim, se a intenção é se apavorar escolha outro título ou vá até a locadora mais próxima e pegue o longa de 2007. Na boa, se eu fosse o Oren Peli (diretor do primeiro filme) colocaria o nome de Tod Williams (do segundo) na boca do sapo.

beijos


26 de outubro de 2010

Aconteceu em Woodstock

Não. Não é mais um filme sobre o espírito livre do festival de Woodstock de 69. Não é mais um passeio colorido de câmera sobre um monte de gente sem camisa e cabeluda curtindo uma vibe positiva. Aqui, o festival em si é coadjuvante de uma história de descobertas pessoais.

Aconteceu em Woodstock (Taking Woodstock, 2009) do diretor taiwanês Ang Lee tem sua atenção voltada para Elliot Tiber (Demetri Martin), um jovem sem graça, todo certinho que desiste de um monte de coisas para cuidar de seus pais malucos, os ótimos Imelda Staunton e Henry Goodman.

A mãe é uma judia pão dura pra caramba que gerencia a pousada na pequena cidade de Bethel, que foi o lugar escolhido para abrigar o festival depois do local original ter recusado receber a galera. Enfim, o responsável pela reunião musical ,Michael Lang, recebe um telefonema do recatado Elliot oferecendo a cidade. Não preciso nem dizer que todos os moradores de lá foram contra, criticaram, ameaçaram e xingaram o rapaz por levar a esbórnia para sua pacata e tradicional cidade.

Na verdade, a família de Elliot estava sendo ameaçada de despejo e ele liga pra Lang e oferece hospedagem pra abrigar "u festival de música"... o mocinho nem tinha ideia do que se tratava tal evento.

Começam os preparativos e o nome mais falado do momento é o de Elliot. A partir daí, vemos as transformações que esse evento causou na vida do rapaz. Na verdade o filme nem fala do que Woodstock Music & Art Fair significou para a história em si. Como disse, a mudança aqui é pessoal, o festival foi um divisor de águas na vida desta família e principalmente, de Elliot.

Dica: Se você nem sabe do que se trata Woodstock nem precisa contar com o filme para aprender. Se você não manja muito desse pedacinho ilustre da história da humanidade, pegue carona neste delicioso longa e divirta-se. Garanto que revolta não vai rolar, ou frases do tipo "caracas, o cara viajou" ou " putz, acabaram com Woodstock".

Os momentos em que Ang Lee parece mergulhar na atmosfera dos anos 60 focam as transformações de Elliot, até então um jovem reprimido, a alguém consciente da capacidade de guiar a própria vida. Com ar lúdico, a câmera substitui o olhar do personagem e passamos a seguir o mundo com sua visão lisérgica. Ou seja: rola uma vontade louca de estar lá também.

O filme é baseado no livro Taking Woodstock: A True Story of a Riot, A Concert, and A Lifede Elliot Tiber e nele, você vai encontrar figurinhas conhecidas como Liev Schreiber, Emile Hirsch, Jeffrey Dean Morgan, Paul Dano, Eugene Levy. Maravilha Alberto! Esse pessoal deixa a impressão de que nasceu para esses papéis. Ang Lee fez caber numa pessoa só, o maior festival de rock de todos os tempos!

É isso! veja e permita-se viajar para Woodstock!
beijos

4 de outubro de 2010

Amor à distância

Tá, tá! todo mundo sabe que eu sou mesmo fã declarada de comédia romântica. Não tenho culpa simplesmente não consigo me conter. Mas mesmo eu assumo que a fórmula para que esses filmes agradem é a mesma: casalzinho ternura que se repele no início + amigos bacanas + uma trilha da hora e pronto! Já ganhou! Já ganhou! Ando meio atrasada com os posts, devo estar com bloqueio criativo rs

Ok, voltando. Dia desses fui ver Amor à distância (Going the distance,2010). Numa América que exalta os vencedores, os personagens do filme são “derrotados”. Erin (Drew Barrymore) já passou da idade de estar na universidade, mas ainda busca um estágio no The New York Sentinel enquanto Garrett (Justin Long) é caça-talento de uma gravadora. Trabalho legal, se ele não tivesse de gastar tanto tempo com bandas do tipo “os próximos Jonas Brothers". Um belo dia por capricho do destino os dois se encontram mas.... enfim depois de um momento mágico ela tem que voltar pra sua cidade natal pois o estágio no jornal venceu.

O mote do filme é o relacionamento à distância. Todos aqueles meios que você conhece (sms,msn, email, telefone) de tudo isso o casal usa e abusa pra manter contato. O bacana é que, diferente de outros filmes onde os personagens são ricos, lindos,bem-sucedidos e só lhes falta o amor, neste filme os protagonistas estão longe de serem tudo isso e ,ainda por cima lhes falta o amor.O longa fala de duas pessoas para as quais ainda falta muito. Ou seja, elas refletem os seres mortais que esbarramos pela vida, não os inalcançáveis de um certo tipo de cinema.

Os dois amigos de Garrett são memoráveis. Box (Jason Sudeikis) só se interessa pelas coroas, ao passo que seu melhor amigo Dan (Charlie Day, melhor atuação do filme) é o rude/escatológico que tenta todas as garotas, mas fica a ver navios. O filme faz diversas referências aos anos 80 (Top Gun, Bonnie Tyler, fliperamas) que pra que já está quase na casa dos 3.0 (não é meu caso viu rs) deixa uma pontinha de saudades também. Christina Applegate é a irmã protetora e hilária de Drew.

O legal é que até o fim do filme você não sabe ao certo o destino dos personagens, nada é estável e não fica aquela sensação de roteiro reciclado sabe, que a gente conhece até as falas. Falando nisso, o longa brinca até com esses roteiros super fofos e manjados desse tipo de filme. Amor à distância é meio "sujo" para a categoria.

É uma boa surpresa. Justin e Drew funcionam super bem na tela, afinal são casal também na vida real (rimou!!).


Divirtam-se!

beijos


19 de setembro de 2010

Uma vida iluminada

Alex não sabe a razão mas não gosta muito de judeus. Deve ser por conta do seu avô, que também não gosta. Quer dizer, Alex (Eugene Hutz) não gostava até conhecer Jonathan (Elijah Wood). O negócio de família de Alex é levar pessoas de volta ao passado, levá-las em busca de lugares, pessoas e pertences. Um guia ao passado. Jonathan é um americano fora do seu tempo. Sempre de terno, coleciona memórias. Tem uma parede em casa cheia de saquinhos com objetos de pessoas que o cercam. Todos eles lembram alguma coisa e ele passa o tempo buscando esses tesouros e colocando em seu saco plástico.

Confesso que quando o filme começou não levava muita fé não. Feliz engano o meu. Uma vida ilumidada (everything is illuminated, 2005) é um longa do também ator de Liev Schreiber, e aborda o reconciliamento com o passado.

O judeu americano contrata a família de Alex para levá-lo à um vilarejo na Ucrânia. A viagem pretende saber sobre Augustine, uma jovem que estava ao lado de seu avô em uma fotografia quando ele faleceu. Quem é essa mulher que não é sua avó? Essa pergunta leva Jonathan a buscar esse vilarejo ao lado de Alex e seu avô. Aliás, não dá pra eleger o protagonista desta história já que essa viagem vai revelar muito sobre os três. O patriarca da família acha que é cego e leva consigo uma cadela , mais doida que ele diga-se de passagem. No caminho, o longa revela um passado enterrado mas que começa a se apresentar para os três. Sensacional.

Os belos olhos de Elijah são destacados por conta dos óculos fundos. Esse olhar carrega a melancolia que dá tom ao filme. Já Alex mostra ser um jovem que sempre quer aparecer. por ser ucraniano quer se misturar aos americanos, pertencer à tribo. Anda sempre com um agasalho esportivo e muitas correntes, parecendo um rapper mesmo. O avô fala pouco, mas carrega um mistério que nos é revelado à cada cena, cada diálogo, cada quadro.

O filme mostra que toda a nossa vida leva a sombra do passado. Mesmo que enterrado, cedo ou tarde ele volta. No fim, tudo o que aconteceu lá atrás dita o que será daqui pra frente. Como disse, não há um único protagonista. As situações cômicas e as dramáticas que tecem a trama do longa, nos mostram que a vida ilumidada acaba sendo dos três homens que partem nessa busca por respostas e descobertas. Um filme tem um tom bem triste, por causa da peculiaridades dos três personagens. A maior parte das cenas se passam dentro do carro e a fotografia dos lugares visitados é espetacular (atenção para o campo de girassóis).

Um vida ilumidada é um bela história de reconciliação com o passado. Trágico ou não, é o que você vai levar para o resto da vida. Quer queira, quer não. Mega indico!

beijos

1 de setembro de 2010

Terra dos mortos

Filmes de terror. Falar sobre eles sempre gera polêmica. Tem gente que não gosta muito, tem gente que odeia mas pouquíssimas pessoas gostam. Os que amam então, menos ainda. Felizmente, e digo isso batendo no peito hein, eu faço parte dos que gostam e muito, quase na turma dos que amam (ainda preciso aprender umas coisinhas para amar). E já que vamos falar de terror, por que não dedicarmos esse post ao genial George Romero.

Vou confessar que a primeira experiência com o diretor (O despertar dos mortos, 1978) não foi das mais agradáveis, mas como disse leva tempo pra aprender. Vamos aos fatos.

Recentemente dediquei algumas noites às obras de terror. O mais legal disso é ver que muitas delas vem carregadas de críticas, teorias e outras cositas além de jatos de sangue e vísceras ao vento. Terra dos mortos (Land of the dead, 2005), retrata o tempo em que zumbis dominaram o mundo e os poucos humanos sobreviventes estão confinados em uma cidade cercada por muros. Se por um lado tem gente lutando contra os mortos-vivos para ganhar mais alguns dias, fora da cidade a turma endinheirada vive em um prédio de luxo completamente alheia à essa realidade da turma pós-enterro.

Riley (Simon Baker, o mentalista rs) faz parte de um grupo de “garis” da cidade responsável por fazer a limpa de noite, com alguns macetes eles distraem os cadáveres ambulantes e matam de novo os pobrezinhos. Tudo vai funcionando até que os joguinhos não mais prendem a atenção dos mortos, e eles começam a perceber que de uma maneira estranha a turma do além túmulo começa a se organizar pra contra-atacar.

Lembra que eu falei das críticas? Pois bem, esse longa em especial vem recheado das sociais. Uma das possibilidades e enxergar os mortos como os famigerados países do terceiro mundo. Por um tempo como fantoches das potências (os vivos), à disposição, sem pensar ou agir por conta própria. A turma de fora do cerco pode ser considerada as potências mundiais. Em seus paraísos onde tudo se compra não fazem ideia do que acontece fora dali. O trabalho sujo é feito sempre por um “morto-vivo”.

Pra surpresa de todos, os zumbis começam a se organizar e é sensacional o levante! Daí já não tem barreira, é pescoço rasgado, corpos as pedaços, aortas partidas e muito mas muito sangue! Afinal, é um filme de terror. Mais do que isso, um terror que te coloca pra pensar )quando você finalmente consegue desfazer as cenas que ficam na mente de humanos destroçados rs). É claro que essa ainda é uma visão muito simplista de toda a mensagem do filme, não teria como colocar todas as minhas impressões sem ocupar muito espaço.

Enfim, se eu fosse você chamaria alguém pra segurar tua mão, perderia o medo e manda ver num longa do gênero. O que não falta são opções meu caro leitor.

Fica a dica!

beijos

25 de agosto de 2010

500 dias com ela

O gênero comédia-romântica parece um tanto inadequado para tentar enquadrar o 500 Dias com Ela ((500) Days of Summer, 2006), afinal, quando se lê essa classificação a respeito de um filme espera-se mais uma daquelas histórias em que desacreditados em relacionamentos descobrem, juntos, o verdadeiro amor.

A história, ou melhor, os 500 dias compartilhados pelo arquiteto frustado Tom Hansen (Joseph Gordon-Levitt) e Summer Finn (Zooey Deschanel) extrapolam o campo da experiência afetiva para transformarem-se num aprendizado mútuo do amor.

A “lição de vida” inicia-se quando Summer, recém-chegada à cidade, vai trabalhar como assistente do chefe de Tom, cuja profissão nada empolgante é redigir frases para cartões. A garota um tanto misteriosa carrega consigo um magnetismo capaz de atrair olhares masculinos por onde anda. E Tom, obviamente, não passa ileso por isso. A partir de então, o rapaz fantasia o momento em que ganhará um beijo daquela moça que se mostra inabalável para o amor.

Para Summer, beijá-lo pela primeira vez na sala da copiadora do escritório foi um ato mais do que natural, porque ela jamais age em desacordo com suas vontades. Tanto que desde sempre faz questão de alertá-lo de que são apenas bons amigos, ainda que andem de mãos dadas, confidenciem sonhos, durmam na mesma cama e conversem sobre projetos pessoais. Tom, entretanto, não suporta carregar dentro de si tanta paixão por alguém que está imune a uma relação séria – Summer não conhece o significado do sentimento amor. Mas, o seu namorado casual tenta inúmeras vezes fazê-la entender que saberá identificá-lo quando realmente senti-lo.

O distanciamento de Summer torna-se inexplicável a Tom, que não entende a razão do rompimento de uma história que mal parecia ter começado de fato. Por trás disso, estava um cara que teve a sorte ou a ajuda do destino de abordá-la numa lanchonete. Em pouco tempo depois, o desconhecido conduziu-a ao altar.

Ainda que pareça injusta a situação de Summer ter se casado com alguém que, aparentemente, nem faça parte da história, o desfecho do filme é mais um sinal de esperança e prova de que a fila realmente anda para todos.

Infelizmente, ninguém tem a habilidade de convencer o outro a estar na mesma sintonia. Mas, fatalmente, há alguém querendo experimentar e dividir as mesmas expectativas sobre o amor. Prova disso é a bela garota que Tom encontra em uma entrevista de emprego num escritório de Arquitetura que, instantes depois, ela passa de mera concorrente a possível nova namorada. O nome dela? Autum – prova de que a vida continua.

É isso!

Thais Camargo

Nota do blog:

A Thaisinha e minha amiguinha de idiomas. E o "inha" nesse caso é muito bem empregado pois a moça é pequenina mesmo, mas só no tamanho viu. No resto é personalidade forte, muito divertida , que todo mundo quer ter ao lado! Companhia pra qualquer hora, não é colééééééga!


19 de agosto de 2010

Paris, Je t´aime

Me agrada muita a ideia de universos particulares. Sem apologias ao cd da Marisa Monte (que tinha alguma coisa a ver com particular) mas a ideia de que na historia de uma megacidade há diversas “nanohistórias” muito me apetece.

Naquela calçada esburacada , os buracos já viram muita coisa. A senhora da banca, o tiozinho da padoca, o motorista de todos os dias... toda essa gente em algum momento fez parte de alguma coisa especial na vida de alguém. A cidade fala.

Paris, te amo (Paris, Je t´aime, 2006) é uma bela dica pra quem curte particularidades. O produção reúne gente de peso, em 18 curtas-metragem que compõem o filme. A ideia? Narrar o amor na cidade luz! Gente que também tem história com a cidade do romance, nomes vindos dos EUA (Gus Van Sant, irmãos Cohen, Wes Craven, Alexander Payne, Vincenzo Natali, Richard LaGravenese, Bruno Podalydès), Europa (Olivier Assayas, Frédéric Auburtin, Sylvain Chomet, Isabel Coixet, Gérard Depardieu, Tom Tykwer), África (Oliver Schmitz, Gurinder Chadha), Ásia (Christopher Doyle - australiano, mas mais conhecido por ter dirigido a fotografia de oito filmes do chinês Wong Kar Wai -, Nobuhiro Suwa) e América Latina (Alfonso Cuarón e os brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas), levam o espectador à diversos cantos da capital francesa, cada um com uma história diferente e que têm em comum o amor. Todas elas são permeadas por ele.

Mais legal que essa diversidade de diretores é como o toque de cada um é percebido nos curtas. Tuileries é dos irmãos Cohen , sendo assim é bem nítido o nonsense característico da dupla. Ironia reina lá também. Vincenzo Natali leva, em “Quartier De La Madeleine” vampiros para Paris. enquanto Wes Craven leva poesia (vejam vocês) e romance em um cemitério com participação de Oscar Wilde (direto do além) em “Père-Lachaise”.Walter Salles e Daniela Thomas mostram o drama de uma imigrante que deixa o filho pequeno todas as manhãs na creche, atravessa a cidade para cuidar do filho de uma madame no curta “Loin du 16ème”.

Como sempre, uma história bem doída. E por aí vai. Gus Van Sant no terceiro curta da exibição, Le Marais (4º arrondissement), traz a dificuldade de comunicação. Nesse caso o idioma é a barreira, mas a mensagem não para na diferença de línguas. Para se comunicar é preciso bem mais que saber um outro idioma.

As abordagens são variadas, afinal são 22 grandes cineastas e mais uma pilha de artistas renomados que homenageiam em 18 curtas a capital francesa. Super recomendo.

Na outra ponto, o projeto segue em outra grande cidade, Nova York. A premissa é a mesma, em Nova York, eu te amo (New York, I Love you, 2009) mais uma vez um grupo de gente de peso se reúne para mostrar as diversas caras da cidade. A diferença? O ritmo é outro, mas de alguma maneira a produção americana perdeu o charme do piloto francês. Aqui, as histórias parecem depender umas das outras, há uma ligação que não é a cidade. Há menos liberdade também, não transmite o estilo “crie e filme uma história depois me manda”. É mais um “tem que ser assim e assim pra encaixar no todo”, entenderam?

Mesmo assim vale a pena assistir, há histórias belíssimas como a dirigida por Shekhar Kapur e protagonizada por Shia Labeouf e Julie Christie ou a de Shunji Iwa com Cristina Ricci e Orlando Blom. O diretor Brett Ratner (de X-Men) apresenta uma história deliciosa também, com os jovens Anton Yelchin e Olivia Thirlby. Vale conferir.

Destaque também para as estreias de Natalie Portman e Scarlett Johansson na direção. Há rumores de que o próximo, Rio eu te amo, vá para as salas em 2011. Vamos ver.

beijos


3 de agosto de 2010

Eterno amor

O legal de história de amor é a contradição. Gente apaixonada nunca é racional, as histórias são sempre exageradas , açucaradas com toques de insanidade mental descontrolada e , as vezes, alguns psicopatas também dão o ar da sua graça.Quem ama enfrenta tudo, sente o outro mesmo que em continentes distantes, e é sempre muito forte. Talvez seja justamente nessa pieguice toda que está a graça das histórias românticas.

Eterno amor (
Un long Dimanche de Fiançailles, 2004) é a dica. A parceria entre o diretor francês Jean-Pierre Jeunet e a atriz Audrey Tautou que encantou o mundo no ótimo "O fabuloso destino de Amélie Poulain" em 2001, se repete nessa bela história de amor que brinda o telespectador com todos os ingredientes que citei acima, coroado com a competência e delicadeza do diretor.

Mathilde (Audrey) conhece Manech (Gaspard Ulliel) ainda na infância e desde então nunca mais se desgrudaram. Por causa de uma poliomelite ela ficou manca o que não impediu a moça de se tornar uma pessoa bem-humorada, esperançosa e otimista. Chega a Primeira Guerra Mundial e Manech deixa sua Mathilde e vai defender a França no front de batalha.

Três anos se passam e Mathilde recebe a notícia da morte de Manech. Por mais que os militares franceses lhe digam que foi executado ao lado de outros quatro soldados - todos condenados por apelarem à automutilação para escapar do conflito -, Mathilde não descansa até descobrir o que aconteceu no ano de 1917, quando Manech foi visto pela última vez.

Uma coisa muito marcante nesse filme são as pequenas tragédias que envolvem a vida da protagonista (não posso contar, assistam!).Talvez por causa disso, ela não aceite a morte de Manech e vai atrás do rapaz. Seguindo pistas, encontrando gente, desvendando mistérios, o longa mostra a incansável busca de Mathilde por seu Manech, ignorando os fatos e seguindo seu coração (ai que lindo!!!).


A narrativa dessa história envolve a gente , alterna as trincheiras sujas e tristes da guerra com as belas lembranças do casal, a inocência desse amor que é "desde sempre", a certeza da protagonista sempre com um sorriso no rosto nutrido pela esperança e ,paralelo a tudo isso, histórias coadjuvantes, que cruzam o caminho de Mathilde, de outras vidas também alteradas pela guerra. Outros amores desfeitos, corações partidos, atos impensados.

Enfim, para mim uma bela homenagem à esse que é o mais nobre e buscado dos sentimentos. Em nossa história as vezes perdido em guerras, discussões ou qualquer outro acidende de percurso ao qual estamos sujeitos, mas nunca esquecido.

beijos

27 de julho de 2010

Hollywood e sua mania de redenção

Nunca curti essa história de ficar justificando a razão de um vilão ser vilão. Quando era pequena morria de medo de caras como Freddy e Jason porque eles eram maus. E só isso. Os caras chegavam retalhando adolescentes desavisados e pronto. Não tinha o momento psicologia pra explicar o motivo de tanta crueldade.

Esses dias fiz um apanhado de filmes pós-matança pra sacar "qualé" desses caras. Que mania é essa de redimir ícones da maldade como Hannibal Lecter? Para mim, não me interessa a razão.Talvez o medo existisse justamente por eu não saber que ele era um homem normal antes de ser O canibal que conhecemos. Agora já sei que ele era bonzinho, a vida foi cruel e lá se foi o charme todo.

Pausa dramática, não sou a favor de violência hein, o foco aqui são os vilões criados pelos estúdios e destruídos pelo próprio cinema.


Lituânia 1944. O jovem Hannibal Lecter tem sua família exterminada durante a II Guerra. Ele testemunha a morte de sua irmãzinha por um grupo de homens horrorosos e promete se vingar. Naquele momento nasce o Hannibal que me apavorou em O Silêncio dos Inocentes (1991). Você pode conferir a história do emblemático assassino no longa Hannibal - A origem do mal (Hannibal Rising,2007).O jovem Lecter é interpretado por Gaspard Ulliel,
um talento francês que está despontando.

Toda a explicação sobre a maldade de Jason poderia também não existir. Gosto do fato do vilão ser vilão simplesmente por ser vilão. E ponto final. Não tem trauma por trás nem acontecimento marcante. Sou assim porque quero. É exatamente essa a graça dos vilões. O charme, a sombra que nos assusta, que faz a gente ficar pensado "ai,ai,ai como pode né?". A partir do momento que se sente pena do vilão, acabou.

Nessa lista, além de vilões com razões, podemos incluir os vampiros com síndrome de "não quero mais perscoço"... pelo amor de Deus né.Mas isso a gente discute depois né, sinto protestos chegando rs.

beijos


16 de julho de 2010

Eclipse

Confesso que há algum tempo não sou mais adolescente, mas a saga dos vampiros me chama muita atenção. Não tem como negar que o ponto mais forte da história dos filmes - baseados na série de livros teen da autora Stephenie Meyer - é o romance que existe entre Bella (Kristen Stewart) e Edward (Robert Pattinson). O amor do casal arranca suspiros e deixa, tenho certeza, muitas mulheres sonhando com o amor verdadeiro. Até mesmo as menos românticas...

Fomos assistir Eclipse na última quinta-feira. Nesta sequência, Bella fica confusa entre o amor de Edward e a “amizade” de Jacob (Taylor Lautner). Que vamos combinar... o lobisomem mais sensacional da história... e o melhor: ele fica sem camisa a maior parte do filme (recomendo!). Como o amor supera sempre todas as barreiras (pelo menos nas películas) Jacob e Edward se unem para proteger a amada. E então começam as provocações e também surge a dúvida de Bella.

Eclipse traz, também, a história (antes de se tornarem vampiros) de alguns dos participantes como Jasper (Jackson Rathbone) e Rosalie (Nikki Reed), união de lobisomens com vampiros, lutas e como todos os outros filmes da série – muita história de amor e ilusão – como acontece com Victoria que transforma um bonito rapaz para usá-lo em sua incansável busca por vingança! Por falar nela: no terceiro filme da saga, Victoria foi interpretada pela atriz Bryce Dallas Howard, que substituiu Rachell Lefevre interprete da personagem em Crepúsculo e Lua Nova.

Claro a também vampira Jane Volturi (Dakota Fanning) aparece esbanjando maldade...

É isso... fica a dica! Espero que gostem!

Juliana Calixto

Nota do blog: A Ju não contou mas passou calor nos momentos "cadê a camiseta?" do filme! Super mãe, miss simpatia, mega querida , a Ju é jornalista também. Curte um copinho na mão e mesa rodeada de amigos. O Cineopses agradece a preferência. Volte sempre!

11 de julho de 2010

Cartas para Julieta

Uma viagem dos sonhos, um lugar belíssimo, gente linda e uma bela história de amor como o motivo de tudo. Esse é resumo de Cartas para Julieta (Letters to Juliet,2010). Quando Sophie, a ótima Amanda Seyfried,vai com o noivo (Gael García Baernal ,sempre lindo) para Verona espera uma jornada inesquecível ao lado do amado. Afinal são as férias antes do casório.

O moço é um chef alucinado pelo que faz, e ela uma checadora de fatos, ela confere e os outros escrevem quando na verdade seu grande sonho é ser escritora. Enfim, no meio da viagem ela conhece a casa de Julieta, um lugar onde milhares de pessoas todos os dias vão deixar cartas pedindo conselhos a própria Julieta. Intrigada, ela vai atrás e conhece as secretárias da lendária musa, que respondem todos esses corações desesperados.

Uma carta, escrita há 50 anos vai mudar a vida de Sophie. Claire Smith (Vanessa Redgrave) abandona seu amor há 50 anos e recorre à Julieta.Sua carta não havia sido encontrada até esse dia, e na resposta Sophie transforma a vida de muitas pessoas envolvidas na situação. A resposta chega até Claire, que vai à Verona com o neto (o gracinha e mega charmoso Christopher Egan). Juntos, decidem ir atrás de Lorenzo (Franco Nero) o amor perdido de Claire.

O filme é sobre o amor e como ele pode mudar a vida das pessoas. Como ele transforma crenças, amolece corações e molda destinos. Nessa viagem Sophie redescobre a si mesma e ao amor. Conhece a força desse sentimento tão almejado pela humanidade. No fim, digam o que quiserem, todos buscam o amor. Todos querem o frio na barriga, a confiança, a emoção, o afago.

A Itália como cenário, a gastronomia dando sabor ao filme, o carisma da protagonista, que já foi considerada por Meryl Streep a nova Meryl, e a sempre marcante presença de Vanessa , com seus 73 anos esbanjando beleza e competência, fazem da produção do diretor Gary Winick um boa pedida para qualquer hora.

Você se deixa levar pela história. É sim uma comédia romântica que rende boas risadas e lágrimas aos mais sensíveis. Você vai sair da sala querendo ir correndo escrever uma carta para Julieta. Certeza!

Bacio

2 de julho de 2010

Brasil x Holanda

Brasileiros e holandese se preparam. Os corações batem mais rápido, o nervosismo vai tomando conta. Afinal, quem perder volta pra casa né.

O assunto muito me agrada mas como esse singelo espaço não trata de futebol, vamos falar de outras realizações desse dois países. Para as quartas de hoje, de um lado o original A excêntrica família de Antônia e de outro o forte Abril Despedaçado.

Os dois não têm muita coisa em comum, fora o fato de terem a origem em países não tão acostumados ao cinema, meio que fora do circuito. Não são do mesmo gênero mas ambos falam do ser humano. Ambos tratam de lados distintos de homens e mulheres, de desejos, de medos, da perda da inocência, de características hilárias das famílias e muito mais.

Do lado holandês, A excêntrica família de Antonia (Antonia,1995) tem como mote a propria família. Como a minha e a sua, cheia de ícones, seres interessantes,brigas e curiosidades. Um avó doidinha, uma neta prodígio, uma amica ninfiomaníaca, um filósofo, um pessimista e mais um monte de gente que, com certeza, já deve ter passado pela sua casa.

Do lado brasileiro o belíssimo, mas doído, Abril Despedaçado (Abril Despedaçado,2001). Um garotinho nos confins do sertão que tenta narrar sua própria história. Um coração bom de 20 anos, marcado para não chegar aos 21. Inocente. Briga de família, guerra por terras, exposição da ganância e da brutalidade do ser humano. O lado sujo do homem, sombrio e ao mesmo tempo esperançoso.

Nessa a Holanda levou a melhor. A produção foi premiada com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2005. Não ganhamos nada, mas Abril tem seu lugar na história do cinema nacional. Poucos filmes me marcaram tanto quanto esse. Rodrigo Santoro primoroso.

A dica é essa, tente o "jogo" entre essas duas produções. Me diga depois, quem abalou suas estruturas.

Estamos na torcida pra que hoje, nossa seleção leve a melhor sobre a laranja mecânica (outroi ótimo filme, mas fica pra depois rs).

beijos

9 de junho de 2010

Ah, o amor

Quando Leila me convidou para uma participação no Cineopses pensei em um filme off circuito para apresentar aos visitantes do Blog. E fui conferir nesta semana (dia 7 de junho) o filme ganhador da 5ª Semana Pirelli de Cinema Italiano, Ah, o Amor (Ex) - 2009, do diretor Fausto Brizzi.

A película já havia sido apresentada por aqui e, de acordo com a organização do evento, agradou muito o público, especialmente o de Ribeirão Preto (SP), onde a mostra também chegou.

O filme é um mix de comédia romântica à italiana com pitadas de ópera bufa. Muitos encontros e desencontros e juras de amor eterno entre os seis casais mostrados no filme, o que de fato acontece no desenrolar das histórias. Ao decorrer dos 120 minutos, Brizzi mostra como os casais separados – cujos destinos se cruzam – aprendem a lidar com as transformações sofridas em suas vidas após o fim do matrimônio.

O curioso do filme é que ele foi indicado a 9 Davids de Donatello, um dos prêmios mais famosos da Itália. O diretor é também roteirista e dirigiu dois filmes antes, Notte Prima degli Esami I e II (06-07), que foram êxitos de bilheteria na terra da macarronada e bons vinhos.

É realmente uma pena que atualmente não tenhamos mais acesso aos filme italianos e tão pouco conheçamos os astros italianos, pelo elenco, é possível descobrir o veterano Silvio Orlando e os filhos de outra geração, Alessandro Gassman, filho de Vittorio, e Giancarlo Tognazzi, filho de Ugo (Gaiola das Loucas).

O festival foi realizada entre novembro e dezembro do ano passado em cinemas de SP, Ribeirão Preto, interior de SP e no Rio de Janeiro. Além de produções contemporâneas italianas realizadas nos dois últimos anos, a 5ª Semana Pirelli de Cinema Italiano também exibiu uma retrospectiva de filmes clássicos de Giuseppe Tornatore, incluindo o consagrado Cinema Paradiso, vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro em 1990.

Tornatore inclusive esteve aqui em Sampa em novembro passado laçando sua recente obra, Baaria. Ao contrário do filme ‘Ah, o Amor’ que deverá ganhar distribuição da Art Filmes, este de outro filmaço de Tornatore ainda não teve um distribuidor no país.

Fica aqui a torcida pra um circuito de filmes de arte mais italianos e menos filmes catástrofes.

Para ver o trailler clique no link a seguir:www.ahoamor.com.br/trailer.html

Robson Bertolino

Nota do Cineopses: Esse mocinho que escreveu agora é uma peça rara. Jornalista, chef e fotógrafo, o cara manja tudo o que você sequer pode imaginar sobre culinária e gastronomia local, mundial e tudo mais. Além disso manda bem quando o assunto é a telona também. Confiram em
http://parolee-parole.blogspot.com/