
Essa semana me encantou o longa Românticos Anônimos (Les Emotifs Anonymes, 2010). A situação nos é familiar. Uma sensação de pânico total quando se está perto de alguém por quem sentimos alguma atração, ou, diante de plateias. Pessoas tímidas entenderão bem o que eu digo. Aquela hora em que o universo (e automaticamente o seu coração) param quando você tem que simplesmente perguntar as horas à um estranho, receber um elogio, fazer alguma apresentação... enfim. O pânico que toma conta da gente quando a palavra "relacionamento" entra na história. E aí não apenas no sentido amoroso, interagir é sofrível pra gente.

Agora, se para uma pessoa normal isso já é complicado, em se tratando de questões do heart, imagine para uma pessoa tímida. Pegue tudo o que escrevi acime a eleve à décima potência e você terá o cenário da vida de Angélique (Isabelle Carré) e Jean-René (Benoît Poelvoorde). Ele dono de uma chocolateria em falência e ela uma chocolateira de mão cheia que, por conta desses probleminhas de timidez não consegue faser uso de todo esse talento.

É uma comédia despretenciosa e nos 15 primeiros minutos você meio que já imagina o que vai acontecer mas daí já é tarde, você já estará completamente envolvido pela magia da história. As situações cômicas, o desespero no diálogo entre os personagens (que dão até agonia na gente de tão real) e o excelente time de coadjuvantes tornam esse longa de 80 minutos uma experiência saborosamente inesquecível.
Românticos anônimos tem um roteiro espirituoso e inteligente. Química total entre os protagonistas e, como disse, um time de peso para dar apoio. A trilha é algo para se prestar atenção também. Eu confesso ser fã de comédias românticas. Já vi de tudo, mas acredito ser a primeira vez que alguém retrata tão bem a aproximação de duas pessoas tímidas. Quem está nesse barco sabe do que eu digo (ou quem acompanhou alguém desse jeito também sabe), é realmente penoso. Por mais que a vontade de estar junto e gritar aos quatro ventos o que se sente, acredite, as vezes a vergonha é maior e a gente.

Por isso, eu digo com conhecimento de causa: por mais cômicas e absurdas que as situações do filme pareçam elas imitam sim a vida real.
Dica: se prepare para sair do cinema se sentindo amigo do casal e com uma vontade louca de comer chocolate.
Corra lá, veja e depois me conte.
beijos