24 de abril de 2008

O beijo não foi roubado


"Coração diz pra mim, por que é que eu fico sempre desse jeito...!?!? Tá, a música não é das melhores mas esse verso se encaixa bem nos devaneios de hoje.Verdade seja dita, se o coração fosse uma pessoa, com certeza eu seria uma das que iria quebrá-lo no tapa! Fala a verdade, eita coisa pra colocar a gente em rolo!

No sábado passado eu vi " Um beijo roubado" ( My Blueberry Nights, França/ China/ Hong Kong, 2007) e estava até comentando com minha sócia de blog que esse filme provavelmente renderia muitas reflexões aqui, mas vou me aventurar em duas... escolhas e solidão.
Quando eu falei que a música do José Augusto caberia bem, é por várias razões, uma delas é porque pra mim ela seria trilha perfeita para a personagem de Norah Jones no filme, a Elizabeth. Olha a história, uma bela noite ela leva um pé e ao que parece é a última a saber disso, fica sabendo porque liga no bar onde sempre jantava com seu namorado descobre que ele está lá, jantando com a namorada dele!!! É mole!?!?

Depois desse sutil " se manda " ela resolve pegar a estrada para esquecer o cidadão. Durante essa viagem, ela conhece figuras bem incomuns, cada uma com uma história pra contar, e várias envolvendo nosso amigo do primeiro parágrafo, esse mesmo, o coração.

Gente, já vou avisando que o post de hoje com certeza será mais longo que os anteriores mas se vocês assistirem o filme me darão razão.
Voltando, antes de sair de New York, a Lizzie vai até o tal bar e acaba conhecendo o Jeremy ( Jude Law, sem comentários) um inglês que tinha diversos sonhos, um deles ser maratonista, mas se apaixonou e acabou dono de um bar na Big Apple. Uma das coisas mais legais desse longa, é a relação entre o Jeremy e a Lizzie, alguma coisa muda com a cena das chaves... pois é, em cima do balcão do bar há um pote repleto de chaves, inclusive a Lizzie deixou as do apartamento dela lá e pediu ao Jeremy para entregar ao fulano que a largou. Nesse pote estão as chaves de várias pessoas que passaram pela mesma situação, inclusive as do Jeremy mesmo que foi descartado por uma mocinha russa... enfim, ali estavam diversas portas que foram dolorosamente fechadas.

Os dois acabam se tornando confidentes, ela passa a freqüentar o bar todas as noites, e os dois conversam e conversam e uma coisa linda acontece. Essa ligação inexplicável, na verdade a impressão que tenho é que a Lizzie passa a ser um elo com o lado de fora do bar que o Jeremy tem, já que a vida dele é o bar apenas, com ela lá tudo fica digamos... novo!

Eis que chega o momento da partida, a Lizzie vai embora deixando pra trás as chaves e o Jeremy... na verdade ele já tinha se tocado que alguma coisa nela mexia com ele, mas ela acho que não, e assim coloca o pé na estrada e se manda , em busca de explicações.
Não vou entrar em detalhes quanto às histórias dos personagens, prometi me ater á dois pontos apenas, quem sabe num outro post né.

Enquanto ela viaja, manda cartões pra ele, que nunca são respondidos, não por falta de vontade dele, é que as respostas não a alcançavam em tempo, ela estava em constante mudanças, mochileira mesmo.É impresionante como a distância as vezes aproxima as pessoas. Há magia em descobrir alguém sem necessariamente conviver com ela, é um misto de sensações a cada descoberta, com o novo vem a ansiedade em comprovar o que se descobre e ao mesmo tempo saber mais.
O Jeremy vai acumulando tudo o que ele sabe da Elizabeth ao mesmo tempo em que a vontade de vê-la, de ouvir sua voz é arrasadora, num momento "X" bate o desespero, gente essa parte é de matar, tamanha a vontade dele em falar com ela... no meio disso tudo mudanças acontecem com ele, todas as chaves são devolvidas aos seus donos, chega de guardar lembranças né, a russa volta pra falar com ele depois de ter simplesmente desaparecido, e ele também fecha essa porta definitivamente e joga a chave fora! Ótimo! Recomeço mesmo!

Sei lá, as vezes a gente se habitua tanto com solidão, que quando aparece uma mínima e incerta chance de luz ao nosso mundo, nos agarramos desesperadamente à ela, foi o que aconteceu ao Jeremy! Ele lá sozinho no seu balcão com sua torta de blueberry esperando pela Lizzie.É o que acontece a todo instante com a gente, ao nosso redor... enfim.

Muitas vezes as nossas escolhas nos trazem as tais decepções, vide Elizabeth e seu sutil pé na bunda, garanto que ela não imaginou esse lado do escolhido ao optar por ele.A situação nos leva ao desespero, que leva à solidão e daí por diante. Felizmente no caso dela havia o Jude Law pra salvar a pátria né.

Por fim ela volta com uma super bagagem , inclusive sabendo que o coração dela não era o único a estar em pedaços, que isso não era implicância do destino e decide fechar a porta e abrir uma nova, ao lado do Jeremy.

Daí eu fiquei pensando em fazer um molho , fechar todas as portas mal resolvidas que deixei pra trás e jogar as chaves fora! Que tal?? Quem vem comigo?

Vejam esse filme, aguardem mais posts sobre ele e sejam felizes! Não é o que todos nós queremos!?

beijos
Crédito para a foto: http://www.cineclick.com.br/ e pro José Augusto né, afinal é ele quem canta " Agüenta coração"...

14 de abril de 2008

Muito mais que o Brilho Eterno


É minha primeira vez num blog, e após o convite de uma pessoa tão especial como a Leila, eu nem sei por onde começar.


Hoje, após divagar sobre como o tempo passa rápido (assunto redundante) e em como estou sendo figurante da minha própria vida, lembrei de um filme que usa um artifício de mudança e esquecimento que gera uma dúvida: você apagaria da sua memória as lembranças que não quer mais carregar no coração? O filme é o “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004), dirigido por Michel Gondry e com as excelentes atuações de Jim Carrey, que conseguiu fugir do clichê comédia, e Kate Winslet, muito além de Titanic.


Carrey, é Joel Barish, um homem de mais de trinta anos, tímido e com uma vida pacata, que conhece a irreverente e exótica Clementine Kruczynski (Winslet). O casal se apaixona rapidamente e logo Clementine se muda para o apartamento de Joel. Entre altos e baixos de um casal, uma discussão põe fim ao relacionamento. Joel, ainda apaixonado, procura Clementine, mas descobre que ela o apagou da memória. Revoltado com a situação, ele resolve fazer o mesmo e procura o Doutor Howard Mierzwiak.


A grande dúvida começa nesse ponto, apagar alguém que você ama da sua memória é a solução para parar de sofrer? Não sei se teria coragem pra tanto, mas talvez, num momento de desespero, impulsividade ou tristeza profunda, eu não pensaria duas vezes e faria como Joel. Seria como arrancar parte do meu coração, e com ele tirar tanto as boas como as más lembranças. Como diz o Los Hermanos “achar que sofrer é amar demais”.


Mas voltando ao filme, Joel tem a mesma percepção que eu (pretensão da minha parte), e durante a operação descobre que não quer apagar completamente a amada da memória, e deseja manter os momentos felizes que passaram juntos. A partir disso, ele enfrenta uma luta interna para manter suas memórias vivas, e eis a dúvida, ele consegue ou não? É possível apagar completamente as boas memórias vividas com alguém que você gosta muito?


Outros atores de peso estão no elenco, como Mark Ruffalo, Elijah Wood, Kirsten Dunst e Tom Wilkinson. A trilha sonora tem Beck, interpretando “Everybody's Got To Learn Sometime” (algo como "alguma hora todo mundo tem que aprender"), que na minha modesta opinião, quebra o gelo de qualquer coração duro e ainda transforma o sorriso em lágrima.


Bom, não vou contar o final do filme, mas aconselho que assintam e reflitam! Confira o vídeo e entenda mais o que estou falando http://www.youtube.com/watch?v=WIVh8Mu1a4Q

10 de abril de 2008

Problemas!

Olá!

Já que, quem é vivo sempre aparece, cá estou eu!
Não vamos mergulhar em nenhum filme cabeça ou denso, vamos falar de um filminho gostoso, clichê e sem pretensão alguma.
Que homens e mulheres não se entendem ( mas se completam graciosamente) isso todos sabemos, e que diversos filmes foram produzidos sobre esse assunto, isso também não é novidade , mas falaremos hoje sobre um chamado " Eu e as mulheres" (In The Land of Women, EUA, 2007).
Depois de levar um belo pé na bunda da namorada, Carter Webb ( Adam Brody) resolve sair de Los Angeles e ir passar uns tempos com a avó em Detroit.Na tentativa desesperada de "fugir" da própria vida pra arrumar a casa e seguir em frente, entre tentar terminar seu livro ( ele é escritor) e entender a razão pela qual ele foi descartado, Carter acaba conhecendo as mulheres da casa vizinha e aí a coisa começa a mudar.

Todo mundo já passou por isso, a gente fica tão centrado no problema que ele acaba se tornando maior do que realmente é, e não digo isso só pra quem levou um pé não, problemas em geral têm o dom de atrair a nossa atenção, só pensamos, olhamos e falamos dele! Incrível! É assim que nosso Carter chega à casa da vovó... destruído, arrasado achando que a vida acabou, que essas coisas as acontecem com ele, que as mulheres são isso e aquilo, o que ele menos precisava era .... de mais mulheres!

Aos poucos, ele vai saindo dessa concha e conhece as tais mulheres do título, primeiro a própria avó, que tem obsessão pela morte, acha que está definhando e age como tal, mas que de louca não tem nada, é apenas uma mulher digamos.... incomum! Depois vem a Sarah ( dona Meg Ryan) que é uma mãe zelosa, tem uma vidinha bem bacana , ao menos aparentemente pois na verdade o casamento está desmoronando, ela está doente e ainda não se dá bem com a filha mais velha.
Nesse tumulto todo entra a Lucy ( Kristen Stewart) que tem raiva da mãe ( Meg Ryan) e não sabe a razão, tem medo de beijar o namorado e passa por aquelas coisinhas típicas de adolescente ( eita fase!!)
No fim, ele experimenta um turbilhão de emoções, amizade, amor, desejo e por aí vai, pra quem queria fugir de mulher né....

Eu já falei, não é nada digno de Oscar, nehnuma atuação louvável mas é uma filminho bacana, leve e agradável.

Daí a gente vê que, ficar focado em problema não só deixa a gente triste como nos tapa os olhos para as diversas oportunidades, pros diversos aprendizados com os problemas alheios e para as chances de mudança que nos aparecem. Falar é fácil eu sei, eu mesmo tô passando por isso agorinha mesmo, mas é extremamente necessário mudar o foco, passar pelos problemas e seguir adiante, sejam eles financeiros, amorosos, de saúde sei lá!

Quem puder, vale a pena conferir... ainda mais pra quem gostar de ver o The O.C , o Adam tá igualzinho ao personagem dele na série, só muda de nome!

beijo